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3.º dia do Sol da Caparica: Salve hip hop

NGA
Foto: Eddie Pipocas

Bilhetes esgotados para o terceiro dia de Sol da Caparica. No cartaz estava explicado o porquê: o dia era consagrado ao hip hop.

Passando a redundância, depois da força dos Força Suprema no palco Fullest, chegou a vez de no mesmo palco entrarem os Supa Squad, que vieram dizer ao público que “está tudo controlado” com um misto de pirotecnia, suor, gritaria e muita dança: é a única forma de descrever o concerto dado pelos Supa.

São dois jovens e foi isso que mostraram em palco, a juventude e a alma de festa que têm vontade de soltar para fora. Para surpresa de todos chamaram Djodje Saboy para juntos cantarem “Desmontar” e de seguida Laton para “Animal”. Fizeram o público saltar como se o amanhã não existesse. Ainda tiveram tempo para rezar um “Ave Maria” com Mc Zuka, e a missa foi dada com casa cheia de fiéis.

Num instante tivemos de dar um salto ao Palco Sagres, onde se ouvia e via de longe que uns capitães estavam a navegar em cima do palco. O grupo Capitão Fausto é constituído por cinco rapazes, com um look meio anos 80 a entrar nos anos 90, assim como a sua música, baladas que nos remetem a essas décadas. “Boa Memória”, “Amor, a Nossa Vida “ e “Morro na Praia” guiaram o público na direção certa do início ao fim da embarcação.

“E eu cresci numa zona
Onde a paciência
Muitas vezes não funciona
Meias verdades
Fazem meia maratona
Mas o silêncio acaba
Por subir a tona”

Era o que se ouvia no palco secundário, onde estava Plutónio. O artista mal precisou de cantar, o público o fez por ele. Com um sorriso na cara disse: “Estou a realizar um sonho de tocar aqui. Eu sou de Cascais, do bairro da Cruz Vermelha, mas estou-me a sentir em casa.”

“Não se passa nada”, “Iminente” (tema de Papillon, produzido por Slow J), “Não Vales Nada”, “África Minha” ou “Pela última vez” foram alguns dos temas cantados pelo rapper da Bridgetown.

Do outro lado do recinto, no palco principal o manda chuva também rimava, entre música atuais e clássicos que se tornaram hinos de várias gerações diferentes como “Princesa (Beija-me outra vez)” ou “Lena (a culpa não é tua)”. Boss AC levou para o palco uma sonoridade que abrange um público mais vasto, como o tema com os Supa Squad “Cachupa Sab”, para concluir e dar o lugar no palco secundário a Mishlawi.

Mal se via o artista em palco, a concentração de pessoas, nesta zona, para acompanhar o ritmo dos nomes do hip hop, formou-se cedo e tornou-se compacta no decorrer da noite. Não arredaram pé enquanto não ouvissem todos os seus rappers favoritos naquela palco que se tornou pequeno pelo número de pessoas à sua volta. O rapper e cantor nascido nos Estados Unidos da América que reside em Portugal desde muito novo, cantou bem alto para que o pudessem ouvir “FMR”, “Uber Driver” ou “Limbo”. Enquanto a noite ficava mais escura as lanternas dos telemóveis iam se fazendo notar, tornando o ambiente R&B proporcionado por Mishlawi sensual.

Chegou a vez de Ludmilla no palco principal, onde muitos aguardavam a sua chegada. Entrou em cena com as suas dançarinas para fazer a festa acontecer. Numa “Onda Diferente” ou “Sou Eu” a cantora fez questão de mostrar ao púbico português (do qual é fã) que sabe o que faz. Chamou a cantora Soraia Ramos para cantar “Agora Penso Por Mim” e, apesar das falhas técnicas e de acordo com alguns fãs, “foi uma boa estreia no festival do Sol da Caparica”.

No seu estilo muito próprio, muito seu, o “2,3,4,5,Meia 7,8” andava pelo palco a cantar, rimar palavras de liberdade, coisa que faz desde que “Matou o Presidente” em 1993, altura em que Gabriel o Pensador começou a sua carreira. O palco foi literalmente seu, de uma ponta à outra, onde cantou os seu poemas e concluiu o concerto com “Eu Não Faço Questão”, canção que gravou com os portugueses D.A.M.A.

Para acabar uma festa que parecia não ter fim pela sua qualidade, entraram em palco os Karetus. Dois rapazes da Linha de Sintra, mais precisamente no Cacém, influenciados pelas vibes e as músicas que ouvem assim como a multiculturalidade da sua zona. Fizeram todos dançar e esquecer que já era tarde. Os Djs Carlos Silva e André Reis, deram um espetáculo que deixou muitos satisfeitos, com ritmo, luzes, fumos, chamas e confettis.

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