54 países africanos pediram esta sexta-feira ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que organize um debate urgente sobre racismo e violência policial, no contexto da mobilização global após a morte de George Floyd nos Estados Unidos.
Numa carta escrita em nome dos 54 países do Grupo Africano de Direitos Humanos, o embaixador do Burkina Faso nas Nações Unidas em Genebra, pediu à ONU que organize um “debate urgente sobre as atuais violações de direitos humanos de inspiração racial, racismo sistémico, brutalidade policial e violência contra manifestações pacíficas ”.
“O trágico evento de 25 de maio de 2020 em Minneapolis, Estados Unidos, que resultaram na morte de George Floyd, provocaram protestos em todo o mundo contra a injustiça e a brutalidade que as pessoas de ascendência africana enfrentam todos os dias em muitas regiões do mundo”, escreve o embaixador. “Infelizmente, a morte de George Floyd não é um incidente isolado”, disse, acrescentando que estava fala em nome dos representantes e embaixadores do Grupo Africano.
A carta, dirigida à presidente do Conselho de Direitos Humanos, a austríaca Elisabeth Tichy-Fisslberger, solicita que esse debate ocorra na próxima semana, no recomeço da 43ª sessão do Conselho, interrompida em março devido à epidemia de Covid-19. A chamada ocorre após a família de George Floyd, as famílias de outras vítimas de violência policial e mais de 600 ONGs solicitarem ao Conselho de Direitos Humanos que resolva urgentemente o problema do racismo e da impunidade da qual beneficiam as forças policiais.
Para que o Conselho considere tal solicitação, é necessária a aprovação de pelo menos um país. O pedido, oriundo de um grande número de países, “aumenta as chances” de tal debate “, disse à AFP um porta-voz do Conselho.
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