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Abdulrazak Gurnah: Nobel da Literatura é africano

Abdulrazak Gurnah
Abdulrazak Gurnah

O escritor e romancista Abdulrazak Gurnah, de origem tanzaniana e a viver no Reino Unido, é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura 2021, anunciou a Academia Sueca nesta quinta-feira, numa conferência de imprensa transmitida online. Desde 2012 que não era premiado um autor fora da Europa ou América do Norte.

Abdulrazak Gurnah nasceu em 1948, na ilha de Zanzibar, no Oceano Índico ao largo da Tanzânia, tendo-se mudado para o Reino Unido na década de 1960, com o estatuto de refugiado. Ex-professor de inglês na Universidade de Kent e membro do júri do Prémio Man Booker, em 2016, Gurnah tem em seu nome dez obras publicadas, sendo que as mais conhecidas são Paradise (1994), Desertion (2005) e By the Sea (2001).

Apesar de a sua língua materna ser o Suaíli, foi o inglês que tornou-se na sua ferramenta literária. A Academia Sueca premiou-o não só pela sua excelência enquanto escritor mas por centrar-se em temas relativos aos refugiados. Foi nomeado pela “penetração inflexível e compassiva aos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados no abismo entre culturas e continentes”, explicou a Academia Sueca.

A organização acrescentou ainda que “a dedicação de Gurnah à verdade e a sua aversão à simplificação são impressionantes. Isso pode torná-lo sombrio e intransigente, ao mesmo tempo que segue o destino dos indivíduos com grande compaixão e comprometimento inflexível. Os seus romances recusam as descrições estereotipadas e abrem o nosso olhar para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo. No universo literário de Gurnah, tudo está a mudar – memórias, nomes, identidades”.

“Uma exploração interminável impulsionada pela paixão intelectual está presente em todos os seus livros, e igualmente proeminente agora, em Afterlives, como quando ele começou a escrever como um refugiado de 21 anos”.

O escritor sucede à poetisa norte-americana Louise Glück, premiada em 2020. É a primeira vez desde 2012 que o Nobel da Literatura não é atribuído a um escritor não europeu ou norte-americano – ano em que foi laureado o escritor chinês Mo Yan.

A premiação de Abdulrazak Gurnah foi considerada já como uma surpresa face às previsões que se iam somando nos dias prévios a esta atribuição. De acordo com as bolsas de apostas, os vencedores mais prováveis eram a francesa Annie Ernaux, o queniano Ngũgĩ wa Thiong’o, o japonês Haruki Murakami e a canadiana Margaret Atwood. No que toca a escritores de expressão portuguesa, o moçambicano Mia Couto era aquele que se afigurava como o mais provável para receber o galardão.

O Nobel da Literatura é um prémio concedido anualmente, desde 1901, pela Academia Sueca a autores que fizeram notáveis contribuições na literatura e tem um valor pecuniário superior a 900 mil euros.

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