Nos últimos dias, Angola passou por uma profunda remodelação governamental. João Lourenço, Presidente da República, reduziu o seu executivo de 28 para 21 ministros e nomeou a mais nova ministra da história do país, nesta segunda-feira, 6.
A democracia angolana está ávida de sangue novo e João Lourenço, desde que foi empossado, a 26 de dezembro de 2017, tem reforçado que essa é também a sua vontade política: renovar.
Adjany Costa é o porta-estandarte dessa remodelação. A jovem bióloga de 30 anos é agora a mais nova ministra da história política de Angola, depois de assumir o superministério da Cultura, Turismo e Ambiente.
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Bióloga, ictióloga (parte da zoologia que estuda os peixes) e exploradora exímia, Adjany venceu em 2019 um prémio das Nações Unidas para ambientalistas.
Segundo um comunicado do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), a angolana distinguiu-se pelos esforços de conservação da água e biodiversidade em Angola, através do projeto que dirigiu da National Geographic da Vida Selvagem do Okavango. Com uma equipa de 25 homens, Costa trabalhou durante quatro anos com as populações locais, a comunidade dos Luchaze, na protecção deste ecossistema. Um trabalho a partir do qual a National Geographic produziu um documentário,
O seu amor pelo meio ambiente surgiu quando ainda era criança. Durante a guerra civil em Angola, “não podíamos nos aventurar muito longe por causa dos combates e minas terrestres”, lembra durante uma entrevista à UN Environment. “Mas todos os fins de semana, o meu pai levava-nos à praia, e isso se tornou no meu lugar de consolo. Isso despertou em mim um grande respeito pela natureza. ”
Com o fim da guerra, as pessoas começaram a regressar a casa e a exploradora sentiu a necessidade de conhecer e explorar Angola.
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Entretanto, surgiu a oportunidade de participar de uma exploração nacional sem precedentes da National Geographic no Delta do Okavango, em Angola.
O que ela encontrou na remota comunidade de Luchaze, que vive nas terras altas de Angola e nas florestas de Miombo, nas cabeceiras de um dos maiores sistemas fluviais da África, o Okavango, foi para lá do imaginável.
“O rio Cuito, onde a comunidade de Luchaze vive, é fundamental para manter os níveis de água no Okavango em três países”, explica na mesma entrevista. “Estudando biologia, o que mais me impressionou foi a maneira profunda pela qual toda a natureza está ligada.”
Adjany é licenciada em Biologia pela Universidade Agostinho Neto, que começou a frequentar aos 16 anos, e esteve a fazer um doutoramento na universidade de Oxford, Inglaterra, em Diversidade Marinha e Conservação.
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