A selecção masculina sénior de basquetebol enfrenta tempos difíceis. O Afrobasket está à porta, em Agosto na Tunísia, cujo desempenho pode levar os angolanos até aos Jogos Olímpicos do Rio 2016, mas parece que estamos na “corda bamba”.
A posição de base parece ser a maior preocupação, onde Armando Costa não está na sua melhor fase desportiva e Milton não está apto.
Esta é a apreciação do analista de basquetebol Eduardo Baptista Moscavide, que manifestou em entrevista à Angop a apreensão quanto à escassa oferta nesta posição.
“A maior preocupação do momento é a posição ‘1’ (base). O Armando não está a fazer uma boa época e não temos o Milton”, disse o analista, para quem, devido à fartura nas outras posições, o seleccionador terá “uma boa dor de cabeça”.
Baptista Moscavide apontou pelo menos sete jogadores do jogo interior e outra longa lista para as posições altas, mas acredita que a selecção será a base do núcleo “duro” que esteve no Mundial Espanha 2014, mais Carlos Morais, Leonel Paulo e Felizardo Ambrósio.
“Na posição ‘1’, estou bastante preocupado, pois o Armando está a jogar mal, o Milton não está e o Gildo já devia ter evoluído mais. O treinador depois vai ter de decidir”, afirmou antes de discordar da opção do Recreativo do Libolo, em que o treinador colmata muitas vezes a vaga de Milton Barros com a adaptação de Olímpio Cipriano a base.
Interrogado sobre quem poderia ser o eventual terceiro base, depois de Armando e Gildo, o antigo treinador do FC Luanda reconheceu a complexidade da situação.
“Vai ser difícil; penso que poderá ser o Bráulio Morais ou Francisco de Sousa. Eu estava à espera que o Edmir Lucas por esta altura pudesse ser um base, mas ele não é base”.
Justificou que o base “é a correia de transmissão” do treinador, e como tal, tem de mandar na equipa dentro do campo. E para já, uma das coisas que ele tem de ter é o reconhecimento dos colegas de que ele é que manda. Isso exige ter uma capacidade psicológica e força mental muito forte”.
Quanto à capacidade do plantel, cuja missão é a defesa do titulo, referiu que Angola poderá ter a melhor selecção de sempre, “pelo menos em termos de altura e peso”.
No plano competitivo, Eduardo Baptista mostrou-se também tranquilo. “Angola é uma selecção que se prepara com dois meses de antecedência. Talvez seja juntamente com a Tunísia aquela que tem a maioria dos seus jogadores dentro do próprio campeonato, que é muito equilibrado”.
Assinalou que a fase final do Bic Basket pode levar as equipas a disputarem em 28 dias 12 jogos. “É preciso que os jogadores estejam no máximo da sua forma, não estejam distraídos. Depois vão ter de baixar completamente de forma, vão de férias e depois têm uma preparação de dois meses”, disse.
Vaticinou que os jogadores do núcleo duro que esteve no campeonato do mundo vai continuar e a nível dos 16 pré-seleccionados entrará o Leonel Paulo, Carlos Morais e o Felizardo Ambrósio e mais alguns nomes que despontem.
“Vamos com certeza ter alguns jovens, mas que já têm aparecido na selecção nacional. No ano passado na preparação foram formadas quatro selecções, com 37 jogadores em movimento para depois apurar os últimos 12 que foram ao mundial”, recordou.
“Eu não gostava de ter a dor de cabeça que o treinador vai ter. Antigamente, chegámos a uma altura em que tínhamos Jean Jacques, Ângelo e Kikas e mais nada. Hoje não. Temos 7 a 8 jogadores. Há três ou quatro que já estão confirmados mas outros que terão muita dificuldade em lá chegar”.
Entre os seus eleitos, o comentador desportivo colocou “sem dúvidas” Mingas, Valdelício e Yannick. A estes acrescentou Felizardo Miller, Kikas Gomes, Reggie Moore e Jones Pedro.
Pela sua experiência, referiu que o treinador deverá levar cinco jogadores para as posições mais perto da tabela, por isso, dois desses deverão ficar de fora.
Questionado sobre quem seriam os potenciais excluídos, explicou que na ponta final é que se vai definir quem ficará de fora. Pode haver quebra de forma, problemas psicológicos dentro do grupo.
Fonte: ANGOP
