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Aifos questiona “até que ponto a imperfeição não é perfeita”

Aifos

Aifos é um artista agarrado a conceitos, a métodos, e à arte desde tenra idade. Pode afirmar-se que a carrega no seu ADN e na sua relação mais íntima com o universo. Uma das provas, a mais recente, foi Sofia, um EP sequencial lançado entre 2019 e 2020, em homenagem à sua mãe.

Nas oito faixas que compõem o projeto, o artista não se prende apenas no momentâneo mas no que está por trás: o significado.
Assim nasceu o seu nome de artista e assim nasceu o novo single que nos apresenta para abrir 2023: “Teu Body”.

O artista define o momento de concepção da música em questão, como uma nova era para si mesmo, uma vez que tirou tempo para viagens em outros estilos e para beber de outras influências. “É o meu primeiro trabalho, na minha nova era de trabalhos que é mesmo r&b, de uma maneira diferente do que se ouve hoje em dia”, afirmou.

Hoje em dia, ser diferente é difícil

Aifos

Sobre o single concretamente, de que “corpo” nos fala Aifos?
“Utilizei duas modelos no vídeo, que é para tentar fazer entender ao pessoal que, a primeira é aquela relação do dia-a-dia, que todo nós temos, ou que alguns têm, com a sua namorada, que tem algumas imperfeições, que tem os seus momentos maus mas também tem os seus momentos bons. Não é aquele prazer todo carnal, mas é um prazer, assim, sentimento… E depois, a parte a seguir do vídeo, é essa parte carnal”, explicou o artista.

E desta diferença, entre o prazer carnal e o sentimento puramente imaterial, surge então a questão que o autor coloca a todos aqueles que o forem ouvir: “até que ponto a imperfeição não é perfeita? Porque relações perfeitas, a meu ver, não duram muito tempo”, disse.

“São as imperfeições que nos fazem construir isso. Basicamente, é esta a minha mensagem. Obviamente que, na parte do sentimento, tem um background, tem um porquê de eu ter falado assim, tem um alguém que é o motivo de eu ter cantado essa cena”, confessou.

Assim, Aifos dá-nos provas uma vez mais que, apesar de jovem e de estar inteiramente ligado às modernices do movimento atual, Aifos é um artista dedicado ao pacote inteiro que circunda a construção de uma ideia, quer na narrativa, quer na comunicação.

E para 2023, o que esperar deste futuro do r&b feito em português? Aifos quer, primeiramente, continuar a acautnmelar a pressa nos lançamentos. Segundo diz, a estratégia que tem desenhada passa por dar maior atenção aos projetos que saem, no mesmo grau do tempo e esforço empregue para os materializar. “O tempo que passamos em estúdio a aperfeiçoar as músicas, o tempo que o pessoal passa a mixar, a masterizar, o tempo que as pessoas do audiovisual e das capas demoram… Se isso depois não for acompanhado com uma boa estratégia de marketing, com boas promoções do próprio projeto, acaba por não potencializar tanto como o projeto poderia crescer” afirma o artista.

E não é tudo. Aifos quer o ano inteiro repleto de singles e vídeos ao invés de projetos compilados, e neste sentido, contou à BANTUMEN, que está em curso a produção do seu novo videoclipe, de cuja música acabou sendo um projeto “bué especial” nas palavras do artista, por estarem envolvidos diretamente na produção, amigos e colegas de ofício. Após este lançamento, perspectiva um verão mais dançante, mais mexido, e pondera ainda lançar uma quase-tarraxinha focado no mercado angolano.

O luso-angolano de 26 anos é uma clara aposta para a nova roupagem do r&b feito em português daqui para frente, sendo que abraça uma versatilidade que mistura as suas raízes com o trapsoul.

O rapper, filho de Lisboa e Luanda, fez ainda um respaldo dos seus anteriores trabalhos, para nos situarmos no que há de diferente neste novo single. A resposta foi esclarecedora: “Quando uma pessoa não tem aquela visibilidade ainda, aquela fan base e tudo mais, é importante uma pessoa lançar poucas coisas mas boas”, explicou. Acrescentou também que: “sinto que em relação ao Sofia 1 e 2, eu dei mesmo tudo de mim, tudo o que tinha, mostrei a minha essência, houve muito trabalho a nível de lírica, de flow, de beats, mas não houve aquele reconhecimento que eu gostaria que tivesse, talvez por ter sido tudo junto. (…) Se eu tivesse lançado em músicas individuais, e dado o devido tempo delas respirarem, teria tido muito mais repercussão”.

Aifos é Igor Costa Pinto de Carvalho, filho de Nelo de Carvalho, um dos expoentes da música angolana. Nasceu em Lisboa, a 26 de agosto de 1996, e muito cedo mudou-se para Luanda, onde viveu 18 anos. A música o encontrou, ou o contrário, por influência de seu pai, que desde pequeno o levava a subir palcos nas suas atuações. Foi crescendo, trilhando o seu próprio caminho e, deste percurso, fez parte do grupo B-Unik, encabeçado por D3GVS, e conta já com três EPs na sua discografia.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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