O jovem moçambicano Albert Dalela estreia-se nesta quarta-feira como escritor na biblioteca da Universidade Pedagógica em Maputo, com o lançamento da obra literária Gole de Lâminas.
Com a edição da Ethale Publishing, o livro é um romance de 400 páginas, escrito num período de um ano e meio, que faz um “um raio-x da sociedade contemporânea, com nuances de ‘Vinhas da Ira’ de Steinbeck, por meio dum estilo com traços de John Fante, com o absurdismo de Camus e o ritmo de Auster”, lê-se na nota enviada pela editora.
Na primeira apresentação do livro, através do YouTube, o autor revelou que escreveu para expressar aquilo que o atormenta “para refutar ou pedir suicídio por conta das situações que diariamente se vive em Moçambique”, desde a “dificuldade de se expressar artisticamente porque não tens uma editora para tal”.
Para dar vida à história central do livro, temos Álvaro Mercúrio, um homem que vê na literatura um subterfúgio e que procura “avivar as suas entranhas” em relações sexuais casuais – e que em criança, perdera a mãe, assassinada pelo próprio pai, descrito como um bêbado sem escrúpulos. A sua vivência resume-se numa procura por um constante refúgio.
A publicação da obra pela Ethale resulta da aposta da editora. O lançamento será apresentada pelo professor Abudo Machude, seguido de uma breve conversa com o autor e sessão de autógrafos. Antes de Gole de Lâminas“, Dalela escreveu País dos Refrescos e Ensaio Sobre o Vómito.
Albert Dalela nasceu em Maputo e a sua aventura pela escrita iniciou-se aos treze anos, quando a principal intenção era esboçar rimas musicais. Formou-se em jornalismo no ensino médio e licenciou-se em Linguística Aplicada. Foi repórter na Zitamar News, já colaborou com artigos em jornais e agências de informação. Publicou contos e críticas em blogues. Atualmente, é colaborador do Observatório Cidadão para a Saúde (OCS).