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Alex D’Alva Teixeira: “Fazer música é cometer muitos erros”

Alex D’Alva Teixeira faz parte da dupla os D’Alva, em conjunto com o seu companheiro de palco Ben Monteiro. A BANTUMEN decidiu conhecer melhor o cantor, que nasceu em Luanda e tem uma mistura de origens interessante entre o Brasil e  S. Tomé e Principe.

“A primeira vez que tive acesso à música angolana foi através Kuduro. Quis perceber o que era aquele estilo e fiz uma pesquisa, onde tentei perceber o que se passa no resto do continente africano para depois tentar usar isso nas coisas que faço. Porque eu gosto muito de ritmo e a música africana é muito rítmica.”

O cantor admitiu que a música africana está tão assimilada em Portugal que sente necessidade de variar e explorar a música popular portuguesa, procurando formas de a casar com a música contemporânea. Em estúdio, Alex tem feito experiências com o folclore e percussão que, para já, não passam disso mesmo: experiências. “Fazer música é cometer muitos erros até teres o teu produto final,” destacou Alex D’Alva Teixeira.

“Só agora, que sou mais crescido, é que consigo perceber a beleza desse tipo de música”

O artista da Moita, Margem Sul da Grande Lisboa, desde criança via o Michael Jackson e sempre soube que também queria ser cantor. A ligação à Igreja desde muito cedo, por causa da família, enriqueceu-o musicalmente apesar de admitir que só hoje em dia dá valor a esses tempos. “Só agora, que sou mais crescido, é que consigo perceber a beleza desse tipo de música quando era miúdo achava uma seca. Como o meu pai é muito religioso, de manhã ouvíamos sempre música religiosa. Às vezes, como a minha mãe é brasileira, ouvíamos uma alternativa da música dos Scorpions em português do brasil e dedicado à Igreja.”

Apesar de ter uma licenciatura que o permite exercer uma profissão como outra qualquer, Alex escolheu ser artista. Ao longo da sua carreira passou por diversas bandas de garagem e, conforme o feedback positivo foi ganhando forma, o cantor não teve dúvidas quanto o que faria como ocupação principal.

Foi com a ajuda do MySpace e do Napster que Alex D’Alva descobriu estilos como o Emotional Hardcore e mais tarde o Indie Rock, que o deixaram apaixonado pela mistura dos dois em simultâneo.

“Sempre gostei de ter liberdade para ouvir tudo e para me vestir como eu quisesse. Como pessoa, não há uma cena onde encaixo na totalidade mas consigo dar-me bem com pessoas de todos os estilos. Acima de tudo estou a tentar aprender.”

Em 2014, concretizou o sonho de artista ao lançar o primeiro álbum #batequebate, que assume totalmente como seu e de Ben Monteiro, considerando que Os D’Alva estiveram em todas as fases do processo de criação e produção do projecto.

Como artista, Alex utiliza a música para falar de sentimentos e para partilhar experiências de vida: “A ideia de passar uma mensagem com a música é um pouco subvalorizada. Como cresci sempre num contexto muito religioso, parecia que tinha sempre uma obrigação de querer impor uma verdade às outras pessoas. Hoje em dia, eu não conheço a verdade toda e todos têm uma verdade no mundo e isso é absolutamente válido.”

Nos últimos tempos, o grupo deixou a estrada de lado e tem investido mais o seu tempo em estúdio a preparar o segundo álbum da dupla. Alex D’Alva confessou sentir-se mais maduro e, ao longo destes três anos, os momentos vividos e as pessoas que foi conhecendo obrigaram-no a entrar na “idade adulta”. Nesta fase da sua vida, o artista admitiu ainda que é mais importante colocar perguntas do que fazer afirmações.

A primeira experiência a criar de raiz foi com Virgul, ex-Da Weasel

A dupla D’Alva, além de músicos eles próprios, tem ainda tempo para escrever músicas para outros artistas. A primeira experiência a criar de raiz foi com Virgul, ex-Da Weasel, e a música “Só Eu Sei”. Sim, é verdade o hit foi escrito por eles. “Eu fico muito orgulhoso quando vejo vídeos dele a cantar ao vivo. Às vezes, ele envia-me vídeos quando está em tour, onde ele a canta, depois o público acompanha e eu fico: damn eu participei nisto.”

No final do dia, Alex D’Alva Teixeira não se considera um vocalista como o Héber Marques dos HMB, nem um autor de letras como o Samuel Úria: “Eu faço a minha cena. Basicamente, estou sempre a comunicar alguma coisa seja a cantar ou a compor. Quero sempre criar uma ligação com quem está a ouvir a minha música ou que as pessoas utilizem a minha arte para criar ligações umas com as outras.”

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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