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Alice Costa, a soldado de voz afinada que tem encantado Portugal

Alice Costa | DR
Alice Costa | DR

Há umas semanas, Alice Costa, soldado do exército português, entrou pelos nossos écrans adentro, com uma interpretação estonteante de “Foi Deus”, um fado de Amália Rodrigues. Mais de meio milhão de pessoas viram o vídeo e parabenizaram Alice pela sua surpreendente prestação. Em abril, a cantora já tinha conquistado a marca de um milhão de visualizações, hoje são dois, com “O Amor a Portugal”, de Dulce Pontes.

Filha de pais guineenses, Alice nasceu e cresceu em Lisboa, mais precisamente em Marvila – freguesia do concelho de Lisboa.

Apaixonada desde sempre pela comunicação, acabou por se licenciar em Línguas. Contudo, a música faz parte do seu ser, um amor transmitido pelos pais. Enquanto estudava, o acaso levou-a a conhecer a pessoa que a referenciou a ingressar na Orquestra Ligeira do Exército e começar assim a trilhar a sua carreira artística.

A própria Alice, nas suas palavras, conta-nos como tudo aconteceu e quais as suas perspectivas para o futuro.

A música sempre esteve presente na tua vida ou foi algo que descobriste com o tempo?

A música sempre esteve presente na minha vida desde muito pequena, uma vez que os meus pais adoram ouvir música. Sempre fui cantando na escola e participando em bandas e teatros mas tudo a um nível amador. Até que quando completei 18 anos, tive a oportunidade de ingressar num coro de gospel, que me permitiu iniciar o meu percurso profissional enquanto corista para vários artistas dentro do espectro dos CPLP.

Como é que a música e o exército se cruzaram na tua vida?

Foi uma coincidência muito agradável, porque na altura que estava a terminar o meu curso na faculdade, também estava a ter aulas de canto com o professor de canto e cantor TC, e ele felizmente acabou por referenciar-me, visto que a Orquestra necessitava de uma nova vocalista. Então, tomei coragem de ir fazer a audição musical e as provas físicas.

Meio milhão de views com ”Foi Deus”, depois de quase dois milhões com “O Amor a Portugal”. O que é que isto representa para ti?

Para mim é bastante gratificante e sinto-me muito honrada por poder fazer esta singela versão e homenagem para a cantora que foi a maior voz de Portugal e das melhores do século XX. Fico verdadeiramente feliz, de poder fazer parte da Instituição do Exército Português e de me permitirem expressar musicalmente numa plataforma tão vasta.

O que mais te surpreendeu do feedback que recebeste?

O que mais me surpreendeu foi a reação bastante positiva das pessoas, nunca pensei que iriam gostar tanto desta versão. Tem sido maravilhoso, tenho recebido imensas mensagens de apoio e carinho. É de facto, muito bonito ver que realmente a música tem esse poder.

Como é que a tua família ”recebeu” este vídeo?

Todas as famílias são a base de tudo, e graças a Deus, sou abençoada por ter o apoio incondicional da minha família. Portanto, eles têm recebido este vídeo bem, tal como receberam os outros que não tiveram tanta visibilidade.

Uma mulher negra, linda de morrer, a cantar Amália Rodrigues no exército português. Haters, houve? Se sim, incomodou-te? Porquê?

É impossível agradar a todos, mas eu creio que tenho tido uma relação muito boa com o público, porque a percentagem de haters é menor em comparação com a dos que gostam de me ouvir cantar. Então prefiro concentrar a minha energia toda nesse grupo positivo.

Entretanto, já surgiu algum convite profissional interessante?

Neste momento, ainda não posso revelar grande coisa, mas se Deus, quiser em 2021, esta situação pandémica irá melhorar para que seja possível retornamos ao nosso trabalho. E se assim for, espero ansiosamente que fiquem desse lado e que aguardem as novidades que vêm no próximo ano.

Nunca pensaste em participar num concurso como o The Voice ou Ídolos?

Na verdade, já pensei… e nessas vezes que pensei acabei por tentar.  Primeiro fui aos Ídolos, não conseguindo passar sequer à fase seguinte. E há uns anos atrás tentei ir ao The Voice, só que infelizmente acabei por desistir do concurso,  pois percebi que não estava preparada e que não era o que pretendia na altura.

Quem te inspira a cantar e porquê?

A minha inspiração vem essencialmente da música em si, é como se tivesse uma força e uma necessidade que vivem ao mesmo tempo dentro de mim.  No entanto, é óbvio que a inspiração também provém de alguns artistas talentosos, como Whitney Houston, Amália Rodrigues, Ella Fitzgerald, entre outras, que são cantoras intemporais que tinham um dom vocal e uma sensibilidade musical incrível.

Quais são as tuas ambições?

A minha ambição é sempre fazer mais e melhor. E claro, dar início a uma carreira bonita em nome próprio. E nesse aspeto, como noutros, devo agradecer imenso ao Exército e à Orquestra porque foram uma excelente incubadora, deram-me uma preparação muito grande com repertório desafiante e imensos concertos por ano.

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