André Malenga acaba de apresentar a sua primeira exposição. A “African Deep Roots” tem como objetivo mostrar uma África diferente da norma, onde cabem várias narrativas. O acervo pode ser visto na Galeria Makamba, na Pontinha, às portas de Lisboa, até ao dia 8 de abril.
“African Deep Roots” é composta por 20 pinturas feitas, criadas e idealizadas por André Malenga.
Voltada para o continente berço, a exposição visa sobretudo refletir sobre diferentes questões sobre a cultura angolana, passando pela antropologia cultural, geopolítica, economia e ancestralidade.
“As técnicas foram diferentes na medida em que fui tendo inspirações diferentes. Passei muito pelo acrílico, óleo, e também técnicas mistas”, disse o artista em entrevista à BANTUMEN.
“Em todo o continente, há muita coisa para se mostrar. Muito pouco se tem feito para divulgar essa cultura que é bastante rica. Há muita coisa que se desconhece de África, há um senso comum que se tem, mas é preciso escavar, é preciso tirar aquilo que é pouco divulgado”, continuou André Malenga.
Além da exposição e apresentação das obras, o evento teve a participação do cantor Kizua Gourgel, que atuou com músicas que fazem parte da sua discografia e outros temas musicais populares angolanos.
A exposição African Deep Roots está a decorrer na Galeria Makamba, em Lisboa. Carolina Carvalho, a proprietária da galeria, contou-nos que o surgimento do espaço nasceu da necessidade de mostrar e divulgar o trabalho feito pelos seus amigos, que fazem parte da comunidade artística.
“Makamba significa ‘entre amigos’ na minha língua materna. A ideia surgiu da dificuldade de ter encontrado um espaço para que os meus ‘amigos’ pudessem expor. Levei por aí cerca de seis meses a procurar um espaço em Lisboa para que os meus pudessem expor e não encontrei”, disse Carolina.
O espaço foi inaugurado no dia 25 de fevereiro e o seu nome significa “entre amigos”, em Kimbundo (uma das línguas oficiais de Angola).
A empresaria e fundadora salienta que a Makemba é sobretudo um espaço de inclusão, onde artistas naturais ou com ligações africanas, possam encontrar uma oportunidade de apresentarem as suas obras nas mais variadas formas de arte.
Bruno Dinis
Carrego a cultura kimbundu nas minhas veias. Angolanidade está presente a cada palavra proferida por mim. Sou apologista de que a conversa pode mudar o mundo pois a guerra surgiu também de uma. O conhecimento gera libertação e libertação gera paz mental, por tanto, não seja recluso da ignorância.