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O filme “muda a nossa mente: somos mais fortes do que pensamos”, Soraia Ramos

Ante-estreia do filme “A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira
Ante-estreia do filme “A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira

Nesta terça feira, 4, o cinema City do Campo Pequeno, em Lisboa, acolheu mais de 200 mulheres negras para um momento de celebração, apreciação e emponderamento. O Chá de Beleza Afro, juntamente com a BANTUMEN, numa parceria com a Sony Pictures e a Picture Films, organizou uma antestreia especial do filme “A Mulher Rei”, estrelado por Viola Davis.

No relógio já batiam perto das 20 horas e 30 minutos quando já se sentia uma pequena enchente à porta do cinema. Entre as mulheres que confraternizavam entre si e as pessoas curiosas que passavam para saber do que se tratava, de um lado acontecia a montagem do cenário para as fotos e, do outro, a equipa do cinema tentava organizar-se para receber as convidadas que iam chegando à velocidade de luz. 

Ante-estreia do filme ”A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira

O corredor da entrada do cinema até à sala onde o filme ia ser exibido parecia uma passarela de moda. As mulheres não foram apenas assistir a um filme, prepararam-se para um evento de celebração da sua condição feminina, das suas origens e das suas ancestralidades. A mescla de cores das roupas e os detalhes dos acessórios saltavam aos olhos. Anéis e colares dourados, turbantes que davam cor a toda a sala, penteados afro e os diferentes acessórios de cabelo, que depressa nos transportavam o imaginário para um cenário de realeza africana. A presença de cada uma fazia jus à razão do evento e à mensagem que o filme “A Mulher Rei” procura transmitir: o poder da união feminina.

A expetativa era alta tendo em conta que o filme tem um orçamento de mais de 100 milhões de dólares, um casting quase inteiramente formado por mulheres negras e 100% dirigido por mulheres, além de ser estrelado por um dos principais nomes de Hollywood da atualidade: Viola Davis.

Ante-estreia do filme ”A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira

“Acho importante este evento porque, antes de mais, este filme é para a comunidade completamente. Diz muito de vocês todos, fala de uma história que é verdadeira e real de mulheres africanas que eram consideradas as melhores guerreiras que existiram, no Reino do Daomé. O filme é muito bom, merece ser visto”, disse Sandra Lopes, representante da Sony Pictures Portugal.

Com apenas uma semana de estreia nos Estados Unidos, o filme acumulou mais de 35 milhões de dólares em receitas e um feedback positivo, com uma avaliação de 99% pelo público, de acordo com o Rotten Tomatoes – website americano, agregador de críticas de cinema e televisão.

Ante-estreia do filme ”A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira

Antes do início da sessão, Soraia Ramos, embaixadora do filme em Portugal, falou sobre essa responsabilidade. “É uma honra e uma responsabilidade ser a embaixadora e fiquei muito, muito feliz, porque identifico-me muito com o filme, com as mulheres, e com a mensagem de emponderamento feminino. Então, acho que todas as mulheres que tenham a oportunidade devem ver este filme. Ele muda a nossa mente: somos muito fortes do que aquilo que pensamos”, afirmou a cantora.

Durante a exibição, a atmosfera sentida na sala ia variando em consonância com o ritmo da narrativa. A ação está presente, com momentos de cortar a respiração, mas “A Mulher Rei” é sobretudo um drama, com momentos de ação à mistura. A produção não serve apenas o propósito de ser uma criação artística, mas um canal para enaltecer histórias invizibilizadas. Há uma atenção aos detalhes, nos trajes, nos objetos usados, nas relações entre as próprias mulheres, no afecto entre mães e filhas e nos momentos de cuidado. Pequenos detalhes que, muitas vezes, são transversais a diferentes culturas africanas e que criam o sentimento de pertença.

Ante-estreia do filme “A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira
Ante-estreia do filme “A Mulher Rei” / Foto: Olson Ferreira

Este filme representa um “espírito de comunidade sem dúvida, união entre as mulheres, que só juntas podemos conseguir o mundo. E faz com que tenhamos saído daqui com vontade de mudar o mundo, e quando digo mudar o mundo, é fazer a diferença com pequenas coisas. Se mudarmos uma pessoa, acreditem estamos já a contribuir para a mudança”, disse Neusa Sousa, fundadora do Chá de Beleza Afro.    

“A Mulher Rei” já se encontra disponível nos cinemas portugueses e conta a história de Nanisca (interpretado por Viola Davis) a comandante do exército Agojie, do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos do continente africano nos séculos XVII e XIX. Durante esse período, o grupo militar era composto apenas por mulheres e entre as guerreiras está a filha de Nanisca, Nawi (interpretada por Thuso Mbedu). Juntas, combateram os colonizadores franceses, tribos rivais e todos aqueles que tentaram escravizar o seu povo e destruir as suas terras.

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