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“O que importa é que trabalhemos”, diz António Rocha depois de levantar USD 24 milhões

António Costa

Exatamente um ano depois de ter vencido o concurso Pitch da Web Summit, encontrámo-nos com António Rocha, fundador da Smartex, que desenvolveu um dispositivo que permite a redução de desperdício têxtil, com impacto direto na pegada digital da indústria e na faturação das empresas.

No balanço do destes últimos 12 meses, as contas são feitas vezes três: a Smartex triplicou o número de colaboradores da empresa; o número de clientes e o impacto do negócio de sustentabilidade.

A startup, incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (Portugal), reduz drasticamente o desperdício de tecidos e peças de roupa com defeito através da captação de imagens dos tecidos, assim que estes saem dos teares, e que são depois passadas a pente fino por um software de inteligência artificial. Tudo em tempo real.

“Utilizamos a inteligência artificial para atacar um dos maiores problemas mundiais da indústria têxtil, que é a produção de desperdício. A indústria têxtil é a segunda mais poluente do mundo. O que fazemos é instalar hardware e software em máquinas de produção e reduzimos o desperdício detetando defeitos de qualidade e de produção o mais cedo possível na cadeia. Desperdício esse que, se não houvesse um produto como o nosso, era desperdício total, ia parar ao aterro. E dessa forma poupamos não só dinheiro aos nossos clientes mas poupamos muito impacto ambiental que esse desperdício iria gerar. Fazemos isso em vários países, na Europa, África, Ásia e América”, disse-nos António Rocha.

No início de novembro, a Smartex revelou ter levantado 24,7 milhões de dólares numa ronda de investimento Série A, para garantir uma produção mais sustentável e transparente na indústria da moda.

Além da Lightspeed Venture Partners e do Build Collective de Tony Fadell, os  investidores nesta ronda incluem H&M Group, DCVC, SOSV’s HAX, Spider Capital, Momenta Ventures, Bombyx Capital Partners, Faber e Fashion for Good, com os quais a Smartex iniciou vários projetos, como o Grupo Kering (Gucci, Balenciaga, etc), PVH (Tommy Hilfiger, Calvin Klein, etc), Pangaia entre outros.

A recordar que, a primeira ronda da Smartex foi em 2019 e levantou 2.9 milhões de dólares, co-liderada pela DCVC e Spider Capital.

António, 28 anos e diretor-chefe de tecnologia, afirma que o percurso “tem sido uma montanha russa mas muito positivo.”

Para quem lhe quiser seguir os passos, há um conselho direto: “não são só os outros que podem fazer. Nós também podemos”, reitera. O importante é acreditar na sua potencialidade mas, mais importante ainda, “trabalhar para isso, se conectar com as pessoas com que tem de se conectar, estudar e sair da sua zona de conforto (…). Não importa de onde é que começamos, se estamos em Kinshasa, em Luanda, Lisboa ou em Nova Iorque. O que importa é que trabalhemos para isso”.

Vê abaixo a entrevista completa, filmada durante a Web Summit deste ano, em Lisboa.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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