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Entre sons de morna, batuque, semba, afrobeat e fusões experimentais, Cabo Verde volta a transformar-se no centro do mundo musical com o arranque da 11.ª edição de 2025 do Atlantic Music Expo (AME). A cidade da Praia acolhe até 10 de abril o evento que reúne artistas, produtores, agentes culturais e jornalistas de diferentes continentes, numa celebração da música como motor económico, social e identitário.
A abertura oficial decorreu no Auditório Jorge Barbosa, com discursos que reforçaram o papel do AME enquanto plataforma estratégica de desenvolvimento cultural e económico. Benito Lopes, diretor-geral do evento, lembrou que o AME “já tem 11 anos e está cada vez maior”, destacando a responsabilidade de liderar uma equipa capaz e comprometida com a transformação do evento numa alavanca para a economia criativa do país. “Temos profissionais de diversas partes do mundo e temos profissionais em Cabo Verde capazes de promover o nome do país no mundo”, reforçou, sublinhando a necessidade de Cabo Verde levar além fronteiras a excelência cultural que faz parte da sua identidade.
Para João Domingos, presidente do conselho de administração da Cabo Verde Telecom, empresa parceira do evento, “este é um investimento a médio e longo prazo” e que patrocinar a cultura “é um dever”. Domingos apelou a um maior envolvimento do setor privado: “Estamos a pegar na alma deste país. Desafiamos outros parceiros a envolver-se mais, não só no AME como noutros eventos culturais pelo país”.
Do lado das instituições públicas, o vereador da Cultura e Economia Criativa da Câmara Municipal da Praia reconheceu o papel estruturante de evento, assim como o Kriol Jazz Fest, os Cabo verde Music Awards, entre outros, na dinamização cultural da capital e do país. “Este é um momento propício para alavancar este tipo de plataformas como o AME, tendo em conta os 50 anos da independência de Cabo Verde e as estatísticas positivas do setor fonográfico”, afirmou, alertando, no entanto, para a necessidade de desenvolver o mercado interno e garantir maior circulação cultural nas demais ilhas do arquipélago.
Augusto Veiga, ex-diretor do AME e atual ministro da Cultura, também marcou presença e anunciou, pela primeira vez, a assinatura de um protocolo governamental que garante a sustentabilidade do festival por cinco anos. “A força do AME ultrapassa a vertente cultural, tem uma componente económica muito forte. Os valores movimentados no ano passado, entre o AME e o Kriol Jazz Festival, foram excecionais”, afirmou. O governante reforçou o compromisso do executivo com a consolidação do evento como eixo estratégico da política cultural cabo-verdiana.
A cerimónia inaugural teve ainda um momento especial com a atuação de novos talentos da música cabo-verdiana: Joshua Martins, Bruna Lassy, Bruna Melo, Leanne Costa e DJ Fresh deram o pontapé de saída musical da edição de 2025. O ponto alto destas atuações foi a entrada surpresa de Dino D’Santiago, que subiu ao palco para interpretar “Tereza” ao lado de Leanne Costa, numa performance que simbolizou a passagem de testemunho entre gerações e a valorização de vozes emergentes.
Com espaços de programação espalhados entre o Palácio da Cultura Ildo Lobo, a Praça Luís de Camões (Palco Alou) e a Rua Pedonal, o AME 2025 oferece uma agenda intensa: quase duas dezenas de showcases com artistas locais e internacionais ao longo das tardes e noites, mais de uma dezena de conferências, painéis e conversas sobre a profissionalização da indústria musical, e múltiplas oportunidades de networking informal.
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