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Lisboa acolheu, de 3 a 5 de março de 2025, a primeira edição da Cimeira Internacional África-América-Europa sobre Migração e Remessa da Diáspora, promovida pelo Centro de Estudos da Comunicação Cooperativa e da Investigação Científica (CECCIC). O evento, realizado no Hotel Tivoli Oriente, reuniu especialistas, decisores políticos, representantes da sociedade civil e instituições internacionais, com o objetivo de criar pontes de diálogo e ação entre três continentes atravessados por realidades migratórias comuns.
A Cimeira marcou o início da “Década de Diálogo 2025-2035”, um projeto ambicioso do CECCIC que pretende criar uma rede colaborativa de investigação, intervenção social e diplomacia científica. No centro da agenda estiveram temas como a reforma migratória, democracia e mobilidade, saúde mental em contextos de deslocação, gestão de parcerias multilaterais, inteligência artificial aplicada à diáspora e o papel do desporto, sobretudo o futebol, como ferramenta de inclusão.
Suaré Baldé, presidente do CECCIC e investigador permanente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné-Bissau, destacou a importância do diálogo como alicerce para qualquer transformação significativa. "O diálogo é a primeira ponte para a construção de futuros mais promissores. Sem ele, ficamos isolados em desafios que só podem ser superados com colaboração e uma visão conjunta", afirmou.
O CECCIC afirma-se como uma entidade académica de carácter permanente, com sede e atuação nos três continentes. Tem como missão promover investigação participativa, tanto quantitativa como qualitativa, através de uma abordagem interdisciplinar. A sua estrutura integra docentes e investigadores de diversas universidades e aposta na criação de conhecimento aplicado, útil à formulação de políticas públicas e à transformação social.
Durante a Cimeira, foram apresentados dados resultantes de estudos participativos realizados em Setúbal, Montijo, Coimbra e Braga, que permitiram mapear a presença e os desafios da população imigrante em Portugal. A recolha destes dados vai alimentar uma futura plataforma digital que, segundo Baldé, "vai permitir acompanhar os fluxos migratórios, registar trajetórias, competências e aspirações dos migrantes, e facilitar o retorno qualificado às origens".
Outro ponto de destaque foi o lançamento do programa “Voz da Migração e Remessa da Diáspora”, uma série de conversas semanais com especialistas e membros da diáspora. A proposta é acompanhar em permanência os impactos da mobilidade nos países de acolhimento e de origem, valorizando as remessas não só financeiras, mas também científicas, intelectuais e culturais.
A Cimeira também serviu de plataforma para a assinatura de novos protocolos de cooperação, com instituições de ensino superior, organizações da sociedade civil e entidades multilaterais. A organização agradeceu o contributo de todos os participantes, reforçando o compromisso com a continuidade do diálogo e da ação. "Este é apenas o começo. Vamos seguir com edições regionais em Espanha e na América Latina, para aprofundar os debates sobre as rotas migratórias, os direitos humanos e o papel da diplomacia nas suas várias dimensões", afirmou Baldé.
A Cimeira CECCIC surge, assim, como um novo espaço de escuta, planeamento e inovação. Um fórum que alia ciência e ação no tratamento da migração não como crise, mas como fenómeno estrutural da contemporaneidade, exigindo respostas articuladas e duradouras.
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