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Força Suprema e Rahiz voltam a juntar-se para criar uma banda sonora para homens

16 de Agosto de 2024

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A Força Suprema e Rahiz voltam a cruzar caminhos [quem os segue desde o início, sabe dos vários cruzamentos dessa história] para a criação de um novo capítulo. O álbum, anunciado para novembro, inicia-se com o lançamento de "Camisa Branca", revelado esta sexta-feira, 16 de agosto. No YouTube, 15 horas depois da publicação do videoclipe, a música já coletava mais de 60 mil visualizações.


Este projeto, liderado por NGA, Don G e Rahiz, é uma reflexão profunda sobre a vida e o envelhecimento, mas, sobretudo, o amadurecimento da geração que está atualmente entre os 30 e os 40 anos.


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Para NGA, este álbum é uma “banda sonora para os cotas”, um manifesto sobre a responsabilidade que a vida exige à medida que os anos avançam. "Quem é da nossa geração vai entender”, afirma, sublinhando que o álbum fala diretamente para aqueles que, como ele, cresceram no contexto de uma cultura onde o ego comanda o rumo e a juventude eterna parece ser o ideal a perseguir. “Estamos a ir para os 40 ou para os 50 anos mas a mentalidade ficou nos 20. Todos são cópia do YouTube, da América, mesmo os pais, os adultos, não há líderes. Não que tenhamos de seguir um homem, mas não há líderes, nem que seja na religião, que [supostamente] serve para unir, porque também separa as pessoas. Depois de arrumar a casa, está na altura dos mais velhos assumirem. E eu sou um deles, sou o primeiro a olhar para o espelho. Fiz o que quis, mas agora chega. Está na altura”, sublinhou. "Nós fomos abençoados porque conseguimos não passar fome com o nosso trabalho. Em conversas com o Don G, temos uma diferença de um mês [em termos de idade], ele tem sido o meu irmão e ele tem visto e vivido também o lado dele (...), não podemos ter as mulheres a serem as pessoas mais fortes da família, as guerreiras... Esse é também o lugar do homem mas estamos aí atrapalhados."


A conversa com o artista acabou por rondar muito mais à volta do que levou os três OGs a criarem este álbum do que propriamente sobre a produção em si. O curso natural da vida passa por várias fases e NGA já passou por algumas bem corrosivas. A mais recente foi a perda do filho mais novo, com apenas dois anos (razão que o levou a cancelar a sua última tour em Angola). “A vida é real”, afirma o rapper, refletindo sobre a fragilidade da existência e sobre a importância de criar uma estrutura familiar sólida.


https://www.instagram.com/p/C-iFaSWMsjF/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==


O rapper fala sobre a ausência de figuras paternas na sua vida e na vida de muitos da sua geração, uma ausência que marcou profundamente a forma como muitos cresceram e enfrentaram as dificuldades da vida. “Nós não tivemos pai. Tivemos mãe, mas elas não substituíram. Elas fizeram o que conseguiram e a minha geração não quer amadurecer. Todos querem ser jovens para sempre. Ninguém quer ter o prazer de amadurecer”. Para o rapper, o problema reside na tentativa incessante de agarrar o que é efémero, com muitos homens da sua geração presos a um ciclo de comportamento juvenil, sem direção clara.


Este álbum, porém, não é uma simples acusação ao passado - “porque os putos fazem o que têm de fazer ou o que conseguem fazer” - ou às falhas da sua geração; é um convite à mudança, à introspeção. NGA faz um apelo a uma nova forma de estar na vida, reconhecendo que o caminho até aqui teve os seus desvios, mas que agora é tempo de retomar as rédeas. "Está na altura dos mais velhos assumirem. Fiz o que quis, mas agora chega. Está na altura”, sublinhou. Este álbum, estamos a prepará-lo com o Rahiz para novembro. É música para nós. Tem de dar para abanar a cabeça mas tem de dizer mais alguma coisa. É o ‘vim comer este prato mas é assim que se faz’".


https://www.instagram.com/p/C-u_BuSMsCK/


Por seu lado, Rahiz sublinha o inevitável - colaborar novamente com a Força Suprema - teria de voltar a acontecer. “Esta participação acontece porque Deus é grande e porque tudo acontece no seu tempo, e eu e o NGA, que é a pessoa do grupo com quem mais falo, estávamos a ressoar na mesma frequência. Que é eu e ele tínhamos de nos aproximar a dada altura, como pilares e seres musicais que somos, e apresentar mais um clássico. Sempre que fiz alguma coisa com os Força Suprema foi sempre um clássico e estou muito feliz com o resultado. Também reparei que muita gente que conhecia os clássicos que eu tinha com eles não sabia que eu tinha mudado o nome para Rahiz e então foi uma grande mais valia. Agradeço ao meu irmão NGA por ter a iniciativa e por ter tido a visão de que no refrão só eu e mais ninguém poderia fazê-lo. Creio que não existem muito colegas como nós neste mercado, teria de vir um Jay Z e um Nas talvez (risos), para fazer o que fazemos. Esta junção, neste mercado, dificilmente pode ser copiada”, disse Rahiz visivelmente feliz com esta nova colaboração com o coletivo da Linha de Sintra.


Com este novo projeto musical, NGA, Don G e Rahiz procuram transformar o seu legado numa ferramenta de introspeção e de mudança, deixando uma marca duradoura na vida daqueles que, como eles, procuram um sentido maior para as suas vidas numa fase de maturidade, num mundo onde a juventude e imaturidade são, muitas vezes, glorificadas à custa da responsabilidade.

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