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MIA 2024

Gegé M’bakudi e o "AZULIBRANCO" que mapeia e desenha o futuro de Luanda

22 de Julho de 2024
Gegé Mbakudi AZULIBRANCO luanda
Gegé M’bakudi 📸 @Lea Komba

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Gegé M’bakudi é um artista plástico e realizador angolano, que começou as suas manifestações artísticas ainda durante a sua infância. Em 2021 fez uma ocupação artística no espaço cultural “Casa Rede”, com a coletânea de quadros “MVUMA”, e em 2022 foi convidado para participar da sua primeira residência artística Atelier Mutamba onde, depois de cinco meses, exibiu o seu vídeo-arte Azul Luanda.



O mundo artístico de Gegê Mbakudi reflete a sua visão e vivência pela cidade de Luanda, unindo assim o Azul, o Kuduro e os táxis azuis e brancos (Kandongueiros ) como os elementos principais da sua representação artístico-cultural da capital de Angola. Nesta entrevista, Gegé fala-nos sobre a sua exposição de estreia AZULIBRANCO, A Cromática do Caos, patente na galeria Jahmek Contemporary Art, de maio a junho de 2024.



Interessar-se pela trajetória artística de Gegê Mbakudi é também deparar-se com o seu curioso conceito de Kuduro Visual. Durante esta entrevista em vídeo, Gegê explica que a sua identidade artística passa pela ideia de um Kuduro Visual, definindo a si também como um Kudurista visual. Para si, o Kuduro visual é uma tentativa de materializar um novo tipo de conteúdo no universo das artes visuais que têm origem nas manifestações artísticas das periferias de Luanda. O Kuduro Visual não seria apenas a criação de vídeos musicais, mas o ousado ato de produzir imagens capazes de interferir com a história de arte, história da exclusão social e da rebeldia do kuduro, deste modo o artista estaria confrontando todo o sistema hierárquico e conservador da cena artística.



https://www.instagram.com/p/C9Hzko4uOC8/?img_index=2



Gegé faz parte de uma geração de jovens angolanos que não procura desculpas para não se envolver na cena política, por isso ele sente a necessidade de criar arte engajada com questões políticas e sociais, uma arte que reflete sobre o espaço e o tempo em que vive, livre dos fantasmas do passado que, tantas vezes, silenciaram o aspeto mais interventivo da arte, nas gerações anteriores. 

AZULIBRANCO é uma representação visual das questões sociais mais discutidas em Angola, mas também abre portas para a ressignificação de um futuro e do nosso entendimento do estado atual da cidade de Luanda. 


Gegê conta-nos ainda que as cores azul branco surgem como elementos principais dessa exposição devido ao poder comunicador que têm pela cidade de Luanda. Para o artista plástico, essas cores podem ser estáticas como o céu de Luanda, ou ainda móveis como os táxis que transportam luandenses de uma ponta a outra.

Uma das obras mais marcantes na exposição é o retrato “Rumo à Nova Luanda”. Gege explica que esta obra representa a esperança que tem na sua geração e nos esforços que a mesma faz para mudar o seu contexto sócio-político e, ao mesmo tempo, vê na obra a representação de um possível “Brain Drain” devido à tendência migratória em massa da sua geração.

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