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MIA 2024

Por que na Guiné-Bissau não investimos na Cultura?

23 de Outubro de 2024
Guiné concertos Cultura

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A música tem um papel preponderante na cultura da Guiné-Bissau, sendo não apenas uma forma de expressão artística, mas, também uma via importante de sustento para muitos artistas. Com a evolução da indústria musical, os concertos tornaram-se o principal meio de monetização para esses criadores. Porém, essa realidade apresenta-se repleta de desafios e oportunidades que merecem reflexão.


Em primeiro lugar, os concertos são fundamentais para a visibilidade dos artistas guineenses. O país, rico em ritmos e tradições, possui talentos que frequentemente não chegam ao público além das fronteiras nacionais. Os concertos oferecem uma plataforma para que esses músicos se apresentem, não apenas localmente, mas também fora do país, ampliando seu alcance e, consequentemente, as possibilidades de lucro. Além disso, eventos musicais podem servir como um importante chamariz turístico, trazendo visitantes que buscam apreciar a cultura local.


Contudo, esse panorama não é isento de dificuldades. A falta de infraestrutura adequada, como locais de concertos e equipamentos de som de qualidade, limita as oportunidades de realização de eventos. Muitos artistas enfrentam também a concorrência desleal com artistas internacionais que, garimpando o público local, têm o poder de influenciar negativamente a valorização da música nacional. Para que os concertos se tornem uma fonte mais estável de rendimento, é preciso que haja um investimento sério na promoção de talentos nacionais e na criação de condições favoráveis para a produção de eventos.


Além disso, a questão do reconhecimento da propriedade intelectual é extremamente relevante, porém, a instituição cultural da Guiné-Bissau não reúne condições necessárias na implementação do reconhecimento das obras intelectuais, sejam elas músicas ou outras áreas da arte. Muitos artistas guineenses lutam para receber a remuneração que merecem pelos seus trabalhos. O “direito autoral”, essencial para garantir que os músicos sejam pagos pelas suas criações, ainda é um conceito pouco valorizado no contexto local. Incrementar a conscientização sobre a importância desse direito é crucial para que os artistas possam ter ganhos sustentáveis através de suas apresentações, além de fomentar uma estrutura cultural mais sólida, profissional e evolutiva.


Entendendo todas as questões e dificuldades à volta dessa estruturação, é viável começar a investir no que será o futuro da cultura da Guiné-Bissau. É imperativo que haja investimentos em infraestrutura, proteção legal e uma valorização crescente da música nacional e de todas as vertentes artísticas. Somente assim, a música guineense poderá prosperar e os seus artistas colher os frutos do talento que possuem.

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