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Três frases trocadas e percebe-se que Inoweze Ferreira está habituado a criar ligações. À frente da Unitel T+ em Cabo Verde e Unitel STP em São Tomé e Príncipe há quase 10 anos, o gestor explica, em entrevista, como a transição digital veio apoiar a economia de ambos os países e que impulso é que esta operadora está a dar em todo esse processo. Descontraidamente, o gestor falou-nos, com entusiasmo, de como a mudança já está a acontecer.
Temos o propósito de conectar pessoas, famílias e empresários de uma forma muito inclusiva e sustentável. E queremos ser o principal promotor deste processo de transição digital da economia de Cabo Verde. Tínhamos uma organização que, ao longo dos anos, vinha acumulando resultados líquidos negativos. Em dois anos consecutivos, essa transformação de pessoas levou à transformação da empresa e a uma visão de sustentabilidade empresarial. A Unitel T+,, há dois anos, teve resultados positivos expressivos. Isso é o resultado da transformação. Porque se queremos atingir uma determinada meta, acho que devemos olhar para o processo e como chegar lá. E entendemos que havia necessidade de ter um turn-over em termos de resultados operacionais e financeiros, sem perder o foco nas pessoas. Neste processo todo, foi e continua a ser importante desenvolver e capacitar novos líderes.
Tivemos de adotar um caráter mais nacional em função daquilo que eram os desafios do próprio país, mesmo sendo Cabo Verde um país muito aberto ao investimento externo. Há claramente uma especificidade em Cabo Verde, porque além da Unitel T+, existe um operador, que é um operador estatal, e que tem um contrato de concessão para a gestão das infraestruturas que ligam todas as ilhas e as infraestruturas que ligam Cabo Verde ao mundo.
Essas infraestruturas são geridas num contexto de regime mais fechado do que o necessário. Apesar de Cabo Verde já viver num regime de acesso aberto, que permite a entrada de outros operadores aqui no país, ainda há desafios para tornar, efetivamente, o mercado mais mais aberto e competitivo.
Desde sempre a inovação caracterizou a Unitel T+. Inicialmente a inovação era necessária para criarmos soluções diferenciadoras. Hoje, olhamos para a inovação como um veículo de sobrevivência. Então, num mercado com pequenos desafios, temos de criar muitas disrupções. Vimos a inovação como o caminho para a Unitel T+ crescer. Primeiro, porque passamos esses anos a lançar serviços que eram disruptivos no país. Por exemplo, na época, introduzimos a cobrança ao segundo nas chamdas móveis. As operadoras de telecomunicações não cobravam o segundo, cobravam o minuto. Isso teve um impacto muito grande, pois, ficou claro o valor que as pessoas pagam pelas chamadas.
A inovação e a competitividade foram, e continuam a ser, dos nossos principais trunfos. Nos enraizamos rapidamente nas peculiaridades do país e nos empenhamos em servir os cabo-verdianos em todos os momentos e a todos os segmentos da sociedade. Crescemos, evoluímos e a inovação sempre esteve no cerne da nossa atuação.
Em 2020, em pleno Covid, conseguimos trazer ao mercado nacional serviços convergentes em que juntamos serviços de televisão, serviços de internet, um serviço móvel e serviços de voz fixa. Ou seja, fomos a única operadora a trazer para o mercado um conceito de cuidado, simplicidade e experiência. E fomos também a primeira operadora a criar uma spin-off, que é uma empresa que funciona como braço de inovação da Unitel T+, a Unitek, que é o nosso laboratório de inovação, que incuba startups, transforma ideias em modelos de negócio, acelerando a inovação e moldando o ecossistema tecnológico de Cabo Verde. Já apoiamos vários projetos nacionais, 65% dos quais continuam ativos, criando mais de 100 empregos.
A Unitel T+ quer criar um ecossistema que permite às start-ups se tornarem ativas, que paguem os seus impostos, que tenham a possibilidade de gerarem empregos e internacionalizarem os seus negócios. A Unitel T+ e a Unitek assumiram este papel dentro do ecossistema de transformação digital, por meio da inovação.
Eu acredito que devemos ver África como o novo ouro. Certo? Acredito que devíamos estar mais atentos às economias africanas, porque ainda há muito a fazer. Nós africanos temos, por norma, um desejo de imigração. Isto é perfeitamente natural, mas temos de olhar para os nossos países como se ainda houvesse muito a fazer. Temos uma população muito jovem (grande parte de população está abaixo dos 25 anos) que pode fazer muito pela África, que podem contribuir muito para o desenvolvimento do nosso continente.
Por exemplo, Cabo Verde tem sido um exemplo a esse respeito para algumas economias africanas, especialmente quando falamos da transformação digital que nos levará a gerar mais desenvolvimento económico. Ainda temos vários desafios e, por isso, estamos a construir soluções e estratégias que pemitiram continuarmos a ter um crescimento sólido e sustentável.
https://www.instagram.com/p/C2ko3_goKWH/
Hoje podemos olhar para a tecnologia e ver como é pode transformar as nossas sociedades e ajudar no desenvolvimento social e económico. E por isso a inovação está sempe presente em tudo o que fazemos e, via Unitek, apoiamos start-ups e projetos inovadores com base tecnológica. Nós apoiamos vários projetos que foram criados para fechar lacunas, trazer desenvolvimento e melhorar a vida das pessoas. Conseguimos fazer isso muito bem em vários países. Nesse sentido, vejo os desafios do continente com um otimismo e eu percebo, claramente, que há uma oportunidade para o nosso continente se transformar.
Devemos estar sempre atentos ao que acontece, para que possamos aprender com as experiências de outros e agarrar possíveis oportunidades. Olhar para as economias mais desenvolvidas, ver coisas que já aconteceram em países mais desenvolvidos, também permite-nos entender os erros cometidos e identificar possíveis soluções. Esse novo caminho de oportunidades tem que ser desenhado por nós. Ou seja, Angola tem de ser promovida pelos angolanos, e Cabo Verde pelos cabo-verdianos porque é essa expertise e conhecimento local que leva ao crescimento das economias locais.
Esse é o asset mais valioso da empresa: Temos uma empresa muito jovem, com uma idade média de 39 anos; cerca de 43% de mulheres a liderar equipas e temos cerca de 42% dos colaboradores são mulheres . Contribuímos para cerca de 3% da empregabilidade do país, que é um nível alto de contribuição. O que eu quero dizer com isso é que sendo um sector que está em constante mudança,a Unitel T+ tem feito um grande esforço de empregabilidade jovem, para além de investir na formação das nossas pessoas, com planos de formação anuais e que vão de encontro às necessidades individuais e, consequentemente, beneficia a empresa. Para superarmos desafios, para crescermos e podermos inovar, primeiro tivemos de olhar para dentro de casa. Então, em 2018 lançámos um programa de transformação organizacional. Este programa foi sempre sobre pessoas, processos, liderança. No final tem a ver com a forma como mudamos a cultura da empresa, como criamos uma cultura mais focada no mérito, mais focada na competência, em fazer o bem, mais focadana gestão da mudança. Porque, para podermos mudar o negócio da empresa era necessário mudar e capacitar as nossas pessoas. E então, desenhámos este programa com muito envolvimento das nossas pessoas. Sempre com o objetivo de criar um ambiente de trabalho ideal, contribuindo para uma empresa auto-sustentável, onde as pessoas se sentem felizes.
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