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Bantuloja

Coletivo de mulheres negras cervejeiras prestam homenagem a Tereza de Benguela

25 de Julho de 2024
mulheres negras cervejeiras Tereza de Benguela

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Há 32 anos, em 25 de julho, na República Dominicana, acontecia o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas com o intuito de debater o protagonismo e a posição da mulher negra em uma sociedade patriarcal e de domínio da branquitude. O encontro se fez ouvir mundialmente como um dos marcos mundiais da luta contra o racismo, o colonialismo e o machismo. Desde então, na mesma data, se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.


Aquele encontro inspirou o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, instituído no Brasil em 2014, na mesma data. Tereza foi uma grande liderança do Quilombo do Quariterê, que se localizava na fronteira de dois países que hoje reconhecemos como Brasil e Bolívia, mais uma vez evidenciando a aliança entre os povos latinoamericanos e diaspóricos na luta contra a dominação colonialista.


As veias que foram abertas há mais de 500 anos ainda exigem justa e duradoura reparação. No Brasil, mulheres negras, excluídas de diversos setores com poder de decisão da sociedade, buscam exercer aquele protagonismo, levantado por Tereza de Benguela e tantas outras, em campos como o mercado cervejeiro.


https://www.instagram.com/p/C9vFy3NxvRK/

Um brinde à amefricanidade

Desde 2022, apoiado nessas duas datas marcantes, o coletivo Tereza de Benguela Cervejeiras ocupa esse espaço quase totalmente branco e masculino. Formado por seis mulheres especialistas na arte da produção cervejeira, o coletivo procura – através dos pilares da ancestralidade, educação, empreendedorismo, gastronomia e arte – dar visibilidade para iniciativas de mulheres negras no mercado cervejeiro brasileiro e celebrar o Dia da Mulher Preta Latino Americana.


Em 2022 o coletivo realizou a primeira edição do Festival Tereza de Benguela Cervejeiras em São Paulo. Com o apoio da Spaten e palestras com as idealizadoras, o encontro foi realizado no Torneira Bar, local conhecido na capital paulista por sua promoção à inclusão e diversidade. O ano seguinte marcou o lançamento de uma cerveja, fruto de uma collab com a Cervejaria Goose Island, pertencente à Ambev. O público cervejeiro pôde apreciá-la na segunda edição do festival, no mesmo bar.


Este ano, o coletivo traz de volta a primeira versão da sua exclusiva cerveja Tereza de Benguela, uma Red Ale com ameixa e baunilha Kalunga, e 4,5% de álcool, desta vez em parceria com a Cervejaria Dádiva, uma produtora artesanal paulista premiada como a melhor cervejaria do Brasil pelo Rate Beer em dois anos consecutivos.


Quem são as cervejeiras

As protagonistas desta iniciativa, que firma seu pé no mercado brasileiro de cervejas artesanais – que, apesar da predominância branca, tem raízes africanas –, são: Danielle Lira, empresária, sommelière de cervejas e sócia-fundadora do Torneira Bar; Daniele Souza, jurada de cervejas, sommelier, cervejeira cigana e mercadora na Omi Odara; Sara Araújo, sommelière de cerveja, colunista, palestrante e consultora; Adriana Santos, homebrewer, sommelière e jurada de cervejas, Cinara Gomes, cantora e técnica cervejeira; e Karla Danitza, gestora cultural, paneleira e articulista sobre história da cerveja. Como legítimas filhas de Tereza, essas mulheres imprimem, no saber e no sabor da cerveja, a força da mulher amefricana, como propôs Lélia Gonzalez.


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