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O rapper Na Zona lança esta quinta-feira, 13 de março de 2025, o seu primeiro álbum, intitulado “Diáspora”. Produzido por Tony Serrano, o projeto é uma viagem pelo passado, presente e futuro, e reflete sobre temas como desigualdade, empatia e as barreiras sociais que dividem a sociedade.
Com 13 faixas, incluindo colaborações de peso como Fizz Escobarra, Klicklau e JJ 2000 Fantasmas, “Diáspora” é um manifesto. Um grito silenciado contra a discriminação, a falta de empatia e as desigualdades sociais que persistem na sociedade. Nas palavras do próprio Na Zona, o álbum é “o espelho de uma sociedade confortável com a discriminação e que falha em enfrentar a falta de amor ao próximo”.
“Diáspora” é descrito pelo artista como uma viagem no tempo, onde o passado, o presente e o futuro se entrelaçam. “Não sei o que nos liga tanto ao planeta Terra mas, por vezes, a sensação de missão não cumprida em vida explica a energia que sentimos”, reflete o rapper da margem sul do rio Tejo, mais concretamente Almada (Portugal). O álbum aborda temas como a discriminação, a desigualdade e a falta de empatia, mas também traz uma mensagem de esperança: “Diáspora chega com uma luz no fim do túnel, pois todo o ponto negativo advém da dificuldade, sacrifício e motivação”.
A faixa-título, “Diáspora”, é um dos pontos altos do álbum, funcionando como um espelho das contradições sociais. “É o verdadeiro reflexo do que está por debaixo do tapete, do nosso nariz e bem visível a nível social”, explica o artista. O álbum questiona as barreiras culturais, geográficas e sociais que dividem as pessoas, propondo uma reflexão sobre o que significa ser humano num mundo cheio de fronteiras invisíveis.
As colaborações do projeto são um dos pilares que sustentam a sua força. Fizz Escobarra traz uma visão estratégica e detalhada à faixa “Sun Tzu”. “Fizz é um mestre no que toca a táticas e visão além do óbvio”, descreve Na Zona. “Ele é um estrategista, um mestre detalhado e sofisticado. Trabalhar com ele foi uma aprendizagem constante.”
Já Klicklau, uma das lendas do rap português, marca presença em “Memórias”, uma faixa que representa um sonho realizado para o rapper da Margem Sul. “Quem o viu e ouviu ainda continua rendido à arte dele. Eu não fujo a esse número”, afirma. A colaboração com Klicklau é especial para Na Zona, que cresceu a admirar o artista. “Foi quase me ver a mim, puto, a escutar e observar as atuações do Klicklau sem fazer a mínima ideia do que era a cultura hip-hop, mas ao mesmo tempo me sentir familiarizado com o que ele fazia.”
As JJ 2000 Fantasmas também deixam a sua marca em “Castelos e Ruínas”, uma colaboração que surgiu naturalmente após uma atuação conjunta. “Elas incendiaram a cena e trouxeram uma energia única”, revela Na Zona. “Graças a Deus, as JJ 2000 Fantasmas incendiaram a cena e tenho respeito em dobro pelo fator feminino. Na atitude, não pesou em nada. Elas foram e são gigantes.”
Uma das faixas mais emblemáticas do álbum, “Meu Nome Não É Johnny”, tem uma história curiosa. Originalmente, o beat pertencia a Grilocks, outro artista produzido por Tony Serrano. Na Zona escreveu a letra inspirado pelo instrumental, mas o tempo passou e a faixa não foi utilizada no projeto de Grilocks. Com a permissão do colega, o rapper finalizou a música e incluiu-a em “Diáspora”.
“Foi um golo”, diz Na Zona. “A faixa fala sobre identidade e referências pessoais, como a minha mãe, e encaixou perfeitamente no álbum.” O processo de criação da faixa foi marcado por uma série de coincidências e colaborações que refletem a natureza orgânica do projeto. “Lembro-me de ter por volta de 3 faixas e lembrar sempre do 'Meu Nome Não É Johnny'. Não saía da minha cabeça, principalmente por me referir à minha mãe.”
A produção de Tony Serrano é um dos pilares fundamentais de “Diáspora”. Com uma carreira que inclui trabalhos com nomes como Swymmers MC e Klicklau, Serrano trouxe uma sonoridade única ao álbum, combinando pianos melódicos com violinos misteriosos.
“A ambiência do álbum tem por base o piano e o violino”, explica o produtor. “O piano traz a parte melódica e bonita, enquanto o violino cria um ambiente misterioso e desconfortável. Essa junção deu o mote para o álbum inteiro.” A parceria entre Na Zona e Tony Serrano começou através de amigos em comum e evoluiu naturalmente. “Foi uma união entre o rap mais antigo e o mais moderno”, diz Serrano. “O resultado foi um casamento perfeito.” O produtor destaca ainda o processo colaborativo como essencial para o sucesso do álbum. “Cada álbum tem os seus desafios, seja bloqueios criativos ou problemas técnicos. O segredo é não desistir, encontrar soluções e manter a autenticidade.”
Para Na Zona, “Diáspora” é um legado. “Acho que no futuro o ouvinte ainda estará a entender e a apreciar ‘Diáspora’. É um álbum que ficará para a história”, afirma.
Nascido em Angola e radicado em Portugal desde os 7 anos, Mauro Alberto Miguel De Sousa, conhecido artisticamente como Na Zona, é um dos nomes mais promissores do hip-hop nacional. Com uma carreira que começou com mixtapes como “Se” e “Fala Bem” e influenciado por artistas como Notorious BIG e pela cultura angolana, Na Zona traz uma visão única e autêntica para o rap português. “Diáspora” é o culminar de anos de dedicação e paixão pela música, e promete solidificar o seu lugar no panorama musical nacional.
“Diáspora” é um álbum que desafia, inspira e reflete. Para os fãs de hip-hop e para quem procura música com substância, “Diáspora” é um disco obrigatório. Uma viagem no tempo, um espelho da sociedade e, acima de tudo, uma mensagem de esperança.
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