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Voltei a ver o filme Our brand is Crisis, uma pérola para o mundo das relações públicas onde Sandra Bullock brilha e brilha e brilha numa Bolívia em construção.
Em 2015, David Gordon Green lançou uma história em que, Jane Bodine, mais do que gerir toda a campanha de comunicação das eleições presidenciais na Bolivia, é uma estratega de comunicação que volta ao mundo da assessoria de imprensa depois de perder as últimas eleições nos Estados Unidos da América.
Descontextualizada, desajustada e até descrente, Jane chega a um país que desconhece mas a experiência, a destreza e a franqueza fazem com que mergulhe num mundo que não é o seu, permitindo que o leia como ninguém.
Eliana Silva, Escritora, Directora Criativa e Co-fundadora do Marcas por Escrever
Embora o filme retrate o ano de 2002, a verdade é que já tem no seu script o foco na narrativa e no storytelling, não fosse essa uma técnica usada desde a Grécia Antiga para persuadir ou entreter os cidadãos na Ágora. Em Our brand is Crisis a metáfora é a mesma: usemos o que for necessário para que a nossa história se torne mais poderosa do que a dos nossos pares.
É relevante ressalvar os perfis tanto de Jane como do candidato boliviano, Pedro Castillo, papel interpretado por Joaquim de Almeida. Jane serve o estereótipo da mulher workaholic, sem estrutura familiar, próximo do perturbada, fazendo com que seja, teoricamente, a pessoa indicada para o trabalho, já que está totalmente disponivel para viver o cargo.
É impossivel não olhar para esta caracterização da mulher capaz de tudo e não questionar porque é que isso é frequentemente sinónimo de ter a familia em segundo lugar. Será que ele só conseguiria executar o papel se fosse nesses moldes? Se fosse um homem tambem questionariam esse modus viventi? São perguntas retóricas.
Eliana Silva, Escritora, Directora Criativa e Co-fundadora do Marcas por Escrever
Vamos ao presidente. Nervoso, transparente, com o pavio curto. Ideialista, demonstra-se preocupado com a democracia e com o bem-estar do seu povo. Não se limita a demonstrar; ele ouve o seu povo. No entanto, uma crise política e o seu temperamento levam a que seja necessário procurar a mensagem certa para ganhar as eleições.
We change the narrative to fit the man, diz-nos Jane. Agora, por muito que a narrativa fosse alterada, ajustada ou até camuflada, se o político nao for honesto, valerá de algo uma campanha de comunicacao estrategicamente desenhada? Mais perguntas retóricas.
Castillo ganha as eleições. Mas e o país? Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidencia.
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