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Com a morte do Papa Francisco esta segunda-feira, 21 de abril de 2025, a Igreja Católica entra numa nova fase marcada por incertezas e grandes expectativas em torno da eleição do próximo pontífice. Além da forte possibilidade de o sucessor vir de fora da Europa, dando assim continuidade à regeneração da Igreja iniciada por Francisco, um cenário inédito começa a ganhar força: a eleição de um papa africano.
O continente africano tem-se tornado cada vez mais central para o catolicismo mundial. Cerca de 20% dos católicos do mundo vivem atualmente em África, e as vocações religiosas continuam a crescer de forma significativa. Ao longo do seu pontificado, Francisco reforçou esta importância ao nomear diversos cardeais africanos, muitos deles oriundos de países historicamente marginalizados dentro da estrutura da Igreja.
A diversidade do Colégio Cardinalício reflete hoje essa nova realidade global. Estima-se que há 75% de probabilidade de o novo papa vir da África, Ásia ou América Latina — regiões que concentram o maior número de católicos e onde a fé permanece em expansão.
Três nomes africanos têm sido apontados como os mais prováveis sucessores de Francisco:
Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo): Arcebispo de Kinshasa, é presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar. Tem uma postura firme e conservadora, tendo-se oposto abertamente à decisão de Francisco de permitir bênçãos a casais do mesmo sexo.
Robert Sarah (Guiné Conakry): Ex-prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino, é um dos nomes mais conhecidos da ala tradicionalista da Igreja. Aos 77 anos, a sua idade pode ser um obstáculo, mas o seu peso ideológico mantém-no uma figura relevante.
Peter Turkson (Gana): Com um perfil moderado e reconhecido pelo trabalho no campo da justiça social, Turkson representa uma via de equilíbrio entre tradição e reforma. A sua eleição seria um sinal claro de abertura à diversidade étnica e cultural da Igreja.
No seio da lusofonia, também se destaca uma figura africana: o cardeal Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago, em Cabo Verde. Nomeado cardeal em 2015 por Francisco, Furtado tornou-se o primeiro cardeal cabo-verdiano da história. Embora o seu nome não esteja entre os principais papáveis, a sua presença no conclave é histórica e simbólica.
Gomes furtado representa não só a insularidade africana no coração do catolicismo, mas também a importância da lusofonia no mapa espiritual do Vaticano. O seu papel como eleitor poderá ser decisivo na construção de consensos dentro do colégio cardinalício, especialmente se o próximo pontífice vier do Sul global.
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