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No final do mês de junho, Dynamo lançou o seu quarto álbum de originais, Blindado, com 24 faixas e com participações de grandes nomes do panorama musical PALOP, como Irina Barros, Denis Graça, Tony Fika ou Mito Kaskas. Uma semana e meia depois, e com algumas músicas em loop na minha cabeça, tive a oportunidade de conhecer um pouco melhor este projecto, pela palavras do próprio Dynamo, que diz ser um trabalho protegido e abençoado, assim como a sua pessoa.
Marcamos encontro no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, com as telas de Amadeo Carvalho, artista visual e plástico cabo-verdiano, como pano de fundo.
Para quem é fã de Dynamo e ouve as suas músicas desde o primeiro álbum, One, lançado em 2014, já sabe o que deve esperar deste novo trablho: uma fusão interessante e até nostálgica entre a Kizomba e o Zouk, que têm sido os géneros mais cantados pelo artista. No entanto, nos últimos tempos Dynamo tem vido a explorar uma sonoridade mais ampla, mais internacional, com misturas sobretudo do Afropop ao Trap.
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"É uma evolução natural. [Neste trabalho] fui um bocadinho mais atrevido. Na verdade, [explorar novas sonoridades] é uma cena que tenho vindo a querer fazer há muito tempo, só que prefiro continuar a dar ao meu público aquilo que já esperam de mim e depois começar a introduzir outros estilos. Porque eu sou conhecido essencialmente como cantor de Zouk ou Kizomba mas, para ser sincero, eu venho do Hip Hop, RnB, música brasileira. Eu acho que a minha música é uma fusão de muita coisa, também com a musicalidade da música cabo-verdiana mas, neste álbum, acho que arrisquei um bocado mais mas também porque, a partir de agora, quero começar a explorar mais, explorar outros mercados e outros tipos de música", explicou o cantor.
Dynamo é um artista cada vez mais completo. É cantor, compositor e produtor e tem a sua própria editora. A Beat Drop, fundada há dois anos, é uma ferramenta que facilita o processo de gravação e a forma como o artista quer e gosta de trabalhar.
Este álbum Blindado é um trabalho de vários anos. Dynamo começou a pensar nele em 2020, logo depois de ter lançado o seu terceiro álbum, Independent. Um processo longo - ou não teria o álbum 24 músicas - mas ao mesmo tempo satisfatório. "Até tinha muitas mais músicas gravadas e mixadas que tivemos de tirar do álbum, mas não vou dizer que foi fácil. Não foi. Foi muito difícil, foi um percurso longo, porque a partir do momento em que lanço um álbum já começo a preparar o próximo. E desde 2020, depois de ter lançado o Independent, peguei logo no projeto deste álbum. Fiz várias músicas que já não vou usar, mas como digo sempre: 'há sempre músicas que fazemos que é tipo prática'. Estás a praticar até chegares à música que realmente queres fazer. Só que pronto, ao longo do caminho, muita música se perde mas, no fim, dá uma sensação e satisfação de conseguires escolher as músicas e meteres no álbum. E, claro, alguma triteza também por deixares algumas de fora, porque não podemos por todas".
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Além da escolha das músicas e decidir quais se enquadravam no que o artista queria expressar cá para fora, este projeto também vem de um lugar de maturidade. Dynamo tem um cuidado maior com o que diz e como diz. A própria letra adaptou-se a esse crescimento, com o objetivo de crescer mais e evoluir a forma como faz a sua arte. Para Dynamo, esta mudança não é forçada e sim um processo natural de cuidado, tendo em conta que recentemente tornou-se pai. Então, existe uma preocupação maior sobre o seu conteúdo, principalmente porque há crianças que ouvem a sua música.
Já com 12 anos de carreira - década celebrada com um concerto esgotado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa -, Dynamo quer continuar a fazer música, não só porque gosta, mas para inspirar. "Eu sempre quis fazer música, mas quando era mais novo tinha de estudar e tinha outras prioridades. Então, quando fui fazer música, não sabia bem se ia fazer uma carreira e se ia ter sucesso ou não. Mas era uma ambição, de conseguir comunicar, passar a mensagem, transmitir emoções às pessoas e realmente perceber que as pessoas sentem isso. Que as pessoas se motivam por causa disso, embora no início não tivesse essa noção, agora, com certeza passa muito por isso. Através da música é a melhor forma de me comunicar e inspirar as pessoas a fazerem sempre o melhor de si", concluiu.
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