Querida Déborah, uma coluna da BANTUMEN para criativos em crise

20 de Janeiro de 2025
Querida Déborah coluna

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Formada em Escrita Profissional e Criativa, Déborah vai responder às perguntas dos leitores inseridos ou interessados no mundo das Artes. Querida Déborah é a primeira coluna de conselhos da BANTUMEN, com uma periodicidade quinzenal, no formato de perguntas e respostas.


Os leitores são convidados a enviar questões para deborah@bantumen.com, sobre imaginação, criatividade e inovação no mundo das Artes, que serão respondidas anonimamente, em formato de carta, com pitadas de experiências pessoais e profissionais da escritora.


“Lá nos anos 2000 e tal, quando lia revistas destinadas ao público feminino mais jovem, imaginava como seria fixe ler algo semelhante, mas sobre questões filosóficas e emocionais do que é tornar-se mulher no novo milénio. A verdade é que, para minha tristeza, nasci primogénita e sempre imaginei que uma coluna sobre esse assunto deveria ser escrita por uma irmã mais velha”, diz Déborah sobre o desejo de escrever neste formato. “Hoje, sou irmã mais velha de dois rapazes da Geração Z e fico encantada com a perspicácia, ousadia e assertividade deles. Mas, não importa a geração, as questões e os conflitos da adolescência são os mesmos que os meus.”


Déborah é do Lubango (Angola) e define a sua escrita como literatura sobre a morte porque “é a única certeza que temos na vida” e “há em mim uma curiosidade em explorar mais isso. Não só o luto, mas essa catarse de amar e perder, do legado deixado e da percepção do que faz alguém se sentir vivo. No fundo, é sobre a existência humana e acho que a coluna encapsula um pouco esta ideia.”


Após publicar o seu primeiro livro aos 16 anos, Histórias do Coração, que a levou aos palcos do TEDxLuanda em 2012, Déborah dedicou-se ao estudo do processo criativo. Ela cita a importância de observar a imaginação como um todo e não apenas como parte do processo criativo: “É bizarro pensar que existe uma separação. A arte vem do artista, e o artista é a arte. Claro que existem personas e tal, mas, no fim, se quem cria não está bem, a persona artística também acaba por não estar. O humano é a fonte. Não existe uma verdadeira separação. É a tríade: corpo, mente e espírito.”


Quando questionada sobre as suas expectativas com a coluna, Déborah diz estar tranquila: “O que tiver de ser, será. Quero apaziguar os criativos em crise que andam por aí, passar um pouco da minha experiência e, mais do que tudo, aprender. Quero também olhar para a minha prática criativa com mais compaixão e leveza através deste meio. Talvez me torne a irmã mais velha que almejava ter.”


O trabalho mais recente de Déborah pode ser encontrado na revista angolana Ngapa (também disponível online) e na antologia moçambicana Escritos Quânticos: Uma Jornada por Histórias de África em Ficção Especulativa.

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