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O rap crioulo tem crescido ao longo dos últimos anos, trazendo novas vozes e perspectivas para o panorama musical. Se antes era considerado underground, hoje em dia já é possível ouvir artistas a tocar em rádios, a marcar presença em festivais e a realizar concertos em nome próprio. Parte dessa mudança de paradigma deve-se às redes sociais e à forma como os artistas viram nelas ferramentas capazes de impulsionar o seu trabalho e estreitar relações com o público.
A ascensão do género não pode, contudo, ser dissociada do seu propósito. O rap crioulo impôs-se, desde o início, como uma ferramenta de expressão, uma forma de resistência cultural e um reflexo da realidade social vivida por cabo-verdianos residentes no país e pela comunidade de imigrantes que, mesmo vivendo na diáspora, continuam a ter o crioulo como língua materna. Foi dentro deste movimento que surgiu a página Hip Hop Kriolu, uma plataforma que tem desempenhado um papel essencial na divulgação e promoção de artistas emergentes, ajudando a dar visibilidade a talentos que, muitas vezes, não têm o reconhecimento que merecem.
Prestes a completar o segundo aniversário, a página nasceu da paixão de Moreno, um “verdadeiro HipHop Head” que vive e respira a cultura há vários anos. Mas desengane-se quem pensa que o trabalho de divulgação é recente: antes de existir no Instagram, Moreno já divulgava e promovia artistas emergentes através do blog Hiphopkriolunamuvis, chegou a ter uma página de Facebook RapKrioluDownloads e um canal de YouTube, outras iniciativas. A motivação sempre foi a mesma: elevar o rap crioulo, seja underground ou comercial, e transmitir mensagens de intervenção social, esperança e superação.
Hoje, mais focada no Instagram, a Hip Hop Kriolu continua essa missão, promovendo artistas e dando espaço a novas vozes do movimento. Para este artigo, a BANTUMEN desafiou a Hip Hop Kriolu para fazer a curadoria de uma lista de rappers a ter debaixo de olho ao longo do ano. Os nomes indicados têm por base projetos já lançados ou potencial demonstrado.
https://www.instagram.com/p/DEN7ookCo0a/
Cindy Daniela Arteaga, conhecida artisticamente como Lays G, tem vindo a construir um percurso sólido no rap crioulo desde 2014. Com um estilo influenciado pelo boom bap, a sua música destaca-se pelas letras que captam as realidades da periferia e das margens da sociedade. Moradora da Margem Sul de Lisboa, tem trabalhado em novos projetos com o produtor Primeiro G TWA, uma referência no rap crioulo, que serão lançados em breve. Para além da música, Lays G é também nail designer e mãe de uma menina de 9 anos, equilibrando estas facetas com a sua dedicação à cultura hip-hop.
https://www.instagram.com/p/DF2HOZTimAz/?img_index=1
Com apenas 19 anos, Dusa Vaz é uma das artistas a dar cartas no rap crioulo. Nascida em Santiago, Cabo Verde, mudou-se para Portugal ainda em criança e sempre teve uma forte ligação à música. Em 2019, começou a gravar os primeiros covers e rapidamente percebeu que o rap seria o seu caminho. Em fevereiro de 2024, lançou o single Kuze Ki Flado, seguido de Podi Bem, que lhe garantiram maior projeção na cena musical. Já passou por palcos como o Village Underground Lisboa, e participou no evento 100% Rap Kriolu, na discoteca Vandinha, na Margem Sul. Apesar dos desafios que as mulheres enfrentam no hip-hop, Duza mantém-se fiel ao seu estilo e à sua identidade artística.
https://www.instagram.com/p/CvVkr4jIA0N/?img_index=1
Silvana Garcia, ou simplesmente Lay Garcia, tem apenas 18 anos, mas já se destaca no cenário musical em Cabo Verde. Natural de Vila Nova, Praia, começou a cantar aos 12 anos e integrou o grupo coral da sua comunidade durante quatro anos. Para além da música, Lay é apaixonada por dança e desenho, o que contribui para a sua identidade artística multidimensional.
https://www.instagram.com/p/Ci4rEjcAZDJ/
Nascido em Santiago, Cabo Verde, Gates Bedoz cresceu em Santa Cruz, um concelho onde a música sempre teve um papel central. Desde os 4 anos, mostrou interesse pelo hip-hop, influenciado por familiares que também faziam rap e pelo ambiente cultural à sua volta. Recentemente lançou o single “Nha vibe” com selo da Cristal Music.
https://www.instagram.com/p/DEslh0GiW97/?img_index=1
Kutelo cresceu em Mira-Sintra, Portugal, e desde cedo encontrou no rap uma forma de dar voz às suas experiências. Começou a fazer música com o grupo PDM em 2015, uma das primeiras coletividades a cantar rap crioulo em Portugal. Com o fim do grupo, continuou a solo e lançou o projeto Preparado em 2021. Em 2023, criou a produtora Tabuli e reuniu um coletivo de artistas sob o nome Tabuli Team, apostando numa abordagem colaborativa e inovadora.
https://www.instagram.com/p/CdEhpaOok7I/
Andre Lima, conhecido como PRVN, começou a dar os primeiros passos na cena musical em 2004. Atualmente é MC, produtor e anfitrião da PRVN Records. A sua música é marcada pela crítica social, abordando temas como racismo, desigualdade e a realidade dos bairros socias.
https://www.instagram.com/p/DDokJeOMpBt/?img_index=1
Edson Patrick Tavares de Oliveira, conhecido como BLCK, nasceu em 1998 em Santiago, Cabo Verde, e passou a adolescência na ilha do Sal. A ligação à música surgiu ainda no ensino secundário e, desde então, tem explorado o hip-hop como meio de expressão.
https://www.instagram.com/p/DGaJgfNNFfa/
Elvis Araújo, mais conhecido como Ogman começou a cantar em 2017 ao lado de amigos do bairro de Palmarejo, em Cabo Verde, mas não esconde que o primeiro contacto com a música ocorreu dentro do seio familiar, através do pai e também cantor Tota Lopi. Desde o início da sua carreira, já colaborou com nomes como CVBoyKilla e OGC e tem temas como Subi Na Vida e Fofa que ganharam destaque. Para 2025, está a preparar o álbum Caminho foi Duro Ma nu bai Simeh, com lançamentos previstos ao longo do ano.
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