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A música não é apenas entretenimento, é vida e Rastinha é a prova viva

20 de Maio de 2024
A música não é apenas entretenimento, é vida e Rastinha é a prova viva

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Fábio Monteiro Borges, mais conhecido como Rastinha, nasceu na Portela de Sacavém, Portugal, no final dos anos ’90. Naquela época, a área era marcada por construções precárias, com poucos prédios e muitas barracas. Pouco tempo depois, Rastinha e a sua família mudaram-se para a Quinta da Fonte, na Apelação, nos arredores de Lisboa, onde ele cresceu e aprendeu o verdadeiro significado de união comunitária. À medida que crescia, a música do bairro, desde o Rap crioulo ao Reggae, começava a moldar a sua identidade artística.

Aos 17 anos, Rastinha mudou-se novamente, desta vez para o Luxemburgo, a 1713 quilómetros de Lisboa. Nessa altura, a paixão pela música já era evidente. Iniciou-se no Reggae em português e em cima de beats de boom bap, mas foi em 2015 que começou a explorar outros estilos musicais. “Comecei a cantar em 2012, já no Luxemburgo. Mudei-me para lá em 2010 e estou lá há 14 anos. Mas o momento em que a música me impactou foi em 2014. Certas coisas aconteceram, fui preso. Enquanto estive preso, isso fez-me pensar. Antes de ser preso, tinha feito uma música que previa basicamente o que aconteceu. Quando fui solto e li aquela letra, pensei: ‘Eu previ isto’. Então, a partir daí, decidi continuar a batalhar, porque se previ algo sem consciência, é porque tinha um propósito,” explicou Rastinha.

Rastinha no bairro Quinta da Fonte com amigos / Foto: BANTUMEN

Esta entrevista aconteceu no bairro Quinta da Fonte, durante uma das breves férias de Rastinha, em Portugal, com a família e amigos. A sua música reflete precisamente esse ambiente, narrando as suas experiências e vivências, muitas vezes com um sentido crítico.

As maiores recordações de Rastinha da sua zona são dos amigos e do grupo “GDM” que tinham formado. Estudavam todos juntos e o ambiente onde estavam inseridos muitas vezes influenciava atitudes e decisões menos positivas. Crescer entre a violência fez com que procurasse um refúgio mais seguro, e foi na música que encontrou esse conforto. Muito do que escreve aborda temas de amor, motivação e inspiração, afastando-se da violência para não perpetuar estigmas. Rastinha acredita que a música não tem idade e deseja inspirar pessoas de todas as idades, dos 8 aos 80 anos.

Rastinha no bairro Quinta da Fonte / Foto: BANTUMEN

Enquanto cumprimentou um amigo com um toque específico, característico da zona, Rastinha partilhou: “Quero deixar algo de bom, percebes? Fazer música traz-me e dá-me aquela força, porque aqui na zona acontecem muitas coisas. Mesmo estando fora, sinto que estou aqui. Embora a minha ascendência seja cabo-verdiana, só aprendi a falar crioulo perto dos meus 17 anos. Foi a língua que encontrei para estar mais próximo da minha gente, aqui, neste nosso bairro social. Até então, só falava e cantava em português, mas com o crioulo consigo passar melhor a mensagem.”

Quando começou a cantar, tudo era muito amador e assim permaneceu por algum tempo. Atualmente, leva a música mais a sério, desejando mudar realidades e pensamentos através dela. De forma independente, lançou a sua primeira música “Alma Ta Grita” em 2023 em todas as plataformas digitais. Após cinco meses, lançou “Tudo Ta Passa”, explorando uma sonoridade diferente.

Rastinha no bairro Quinta da Fonte / Foto: BANTUMEN

“Sou muito versátil, porque sou bastante melódico. Consigo entrar em qualquer estilo de instrumental, porque a música é vida. É o batimento do coração. Independentemente do ritmo, basta sentir. A música é um sentimento, um momento. E eu dou amor ao que faço. O Rap também é isso, amor. Motivar e elevar o nosso espiritual, o nosso ego, o nosso ser. Posso passar do Rap para o Drill, depois para o Reggae ou Afrobeat, mas a consciência e a essência permanecem as mesmas,” concluiu Rastinha com um sorriso no rosto.

Embora tenha lançado apenas duas músicas até agora, Rastinha já causou um impacto positivo e planeia lançar mais este ano. Focado na qualidade e na mensagem, não sente pressão e toma o tempo que acha necessário para aperfeiçoar o seu trabalho.

Vê abaixo a entrevista vídeo na íntegra.

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