Rubina Suzeth está em Portugal e falou connosco sobre Rússia, Kuduro, Angola e futuros possíves

Rubina Suzeth é a nova convidada da rubrica áudio Entrevistas BANTUMEN. Bailarina e coreógrafa, saiu de Moscovo, na Rússia, onde está a concluir a especialização em coreografia, para participar numa residência artística em Portugal, que decorreu de 23 de setembro a 30 de outubro de 2024.

O projeto foi promovido pelo Instituto da Língua Portuguesa, com candidaturas abertas para artistas de Moçambique, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em agosto deste ano. Os artistas selecionados, incluindo Rubina, desenvolveram trabalhos colaborativos nas residências artísticas. Além da criação de novas obras, o programa incluiu amostras de resultados, conversas, workshops de dança, formações nas áreas técnica, de produção e de comunicação, e interações com outros artistas. O evento teve lugar em Lisboa, Porto, Viseu e Guimarães, e estava previsto terminar em Maputo. No entanto, essa etapa foi cancelada devido à atual situação sociopolítica em Moçambique.

Aproveitámos a presença de Rubina na capital portuguesa para a convidar para uma nova conversa, em continuidade com a entrevista que realizámos no início deste ano.

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Este reencontro com a BANTUMEN dá seguimento a uma conversa anterior, quando a bailarina partilhou os detalhes da sua trajetória na dança. Desde então, a sua carreira tem continuado a crescer. Rubina falou sobre como a sua experiência em Moscovo aprofundou o seu entendimento da dança como uma expressão de identidade cultural, mesmo quando enfrenta o desafio de ser frequentemente associada aos estilos de dança africanos.

Em janeiro de 2024, Rubina partilhou connosco as suas conquistas na Rússia, onde as suas atuações, através Kuduro, Hip hop e Dança Contemporânea, trouxeram-lhe reconhecimento e prémios importantes. A artista refletiu também sobre as dificuldades encontradas em Angola, onde a falta de investimento e de infraestruturas na área da dança desanima frequentemente os jovens talentos. No entanto, Rubina mantém o sonho de transformar essa realidade, planeando criar espetáculos e formar novos dançarinos no seu país natal.

A conversa abordou ainda a complexidade de trabalhar numa indústria que muitas vezes rotula os artistas com base na sua etnia, uma realidade que Rubina enfrentou tanto em Angola como na Rússia. A bailarina destacou a importância de superar essas barreiras e de se afirmar em vários estilos de dança, para além daqueles diretamente ligados à sua herança cultural.

Esta conversa com Rubina Suzeth está disponível no formato podcast em todas as plataformas.