SleepyThePrince e DJ Dadda em "BLACKOUT", um álbum que nasce da escuridão para brilhar

O "apagão" de SleepyThePrince e DJ Dadda já tem luz própria. BLACKOUT, o novo álbum da dupla, emerge como um projeto inovador, resultado da conexão entre o autor de The Ninja Spirit e o DJ e produtor da Bridgetown. Numa conversa com a BANTUMEN, os artistas partilharam os bastidores desta colaboração e a essência que dá corpo ao disco.

Tudo começou quando DJ Dadda se deparou com a sonoridade de SleepyThePrince e ficou imediatamente intrigado. "Ouvi 'In Melancholic Dreams 3', obviamente fiquei tipo, quem é este gajo? Como é que eu não sabia que este gajo existe?", conta Dadda. "Depois de ouvir bué pensei, sim, tenho de trazer este gajo ao estúdio. E quando nos juntámos, foi mesmo isto: vai ter que sair daqui um projeto." A conexão entre os dois foi imediata. "Nós damos-nos bué bem, somos bué parecidos”, reforçou SleepyThePrince.

BLACKOUT surgiu de forma natural, sem pressão de mercado ou inspiração externa direta. "Foi só no flow (...) Ele deu-me o meu toque e eu fui lá experimentar porque estava mesmo à procura de levar a minha sonoridade para um espectro diferente e assim que o encontrei, encontrei muita, muita ideia em comum com o que eu já tinha", explicou Prince.

O conceito de BLACKOUT foi sendo moldado de forma orgânica ao longo do processo criativo, sem um plano rígido desde o início. O nome original, DXS, era apenas um rascunho temporário, mas à medida que as músicas tomavam forma, os artistas começaram a identificar uma forte dualidade no projeto: uma fusão entre escuridão e luz.

A escuridão representa tanto a introspeção quanto os desafios enfrentados, enquanto a luz simboliza a clareza, a superação e a criatividade. Com essa perceção, SleepyThePrince e DJ Dadda decidiram abraçar essa dualidade como um conceito central e transformá-lo no nome do álbum.

O título vai além da simples estética sombria — ele reflete um estado de transição, um "apagão antes da clareza", onde é preciso lidar com os altos e baixos, o claro e o escuro, para encontrar equilíbrio e evolução artística. No final, o processo de criação do álbum refletiu exatamente essa ideia: uma jornada sem pressa, onde a música nasceu naturalmente, sem fórmulas predefinidas, apenas deixando fluir entre os dois criadores.

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Autenticidade acima de tudo

A dualidade entre trevas e iluminação também se reflete na mensagem que os artistas querem passar. "Eu acho que a arte em si não é muito sobre quem carrega aquele título, mas o que está a fazer, quem influencia o próximo. E isso é muito, muito, importante, que é a essência do artista", afirma SleepyThePrince.

Para DJ Dadda, o segredo para se destacar no panorama musical atual está na identidade. "Primeiro, é só uma questão de ires atrás de quem tu és. Porque se tentares ser outra pessoa, vais sempre cair no erro das coisas. A “Da One” explica isso tudo. Eu acho que estamos numa era em que tudo é consumido de uma forma muito rápida e nós sentimos que temos que estar a par do que está a fazer ou a par do que se está a passar. Mas não nos podemos esquecer nunca de dar a nossa comunicação pessoal nas coisas."

Quando questionados sobre o futuro, ambos são unânimes: "A ligação está feita e BLACKOUT foi só o início", diz SleepyThePrince. "No meio de muito trabalho, nasceu uma amizade."