Tiniguena e ACEP lançam “Moransa di Kultura” para alavancar economia criativa na Guiné

12 de Fevereiro de 2025
Tiniguena Moransa di Kultura Guiné-Bissau
Gaby Pereira

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A ONG Tiniguena, dirigida pelo sociólogo Miguel de Barros, e a Associação para a Cooperação Entre Povos (ACEP) lançaram na segunda-feira, 10 de fevereiro, o projeto “Moransa di Kultura”, que em português significa espaço ou conjunto de casas da Cultura, com objetivo de cobrir áreas da economia criativa, políticas públicas culturais e do empreendedorismo. A ideia é impulsionar o setor na Guiné-Bissau, a partir do reforço da fundação MoAC Biss, contribuindo para a criação e dinamização de um polo cultural, de apoio à organização da bienal da arte e cultura da região e de processos de influência para melhorar o quadro jurídico de proteção das artistas guineenses.


A cerimónia contou com a presença de especialistas na área da música, cultura e arte, com especial destaque para a presença do músico Sídonio Pais e do ator e cineasta luso-guineense Welket Bungué, reconhecido como uma das 100 personalidades mais influentes da lusofonia.


Miguel de Barros, diretor-executivo da organização não governamental Tiniguena, também fundador da Corubal, cooperativa de divulgação de obras científicas e culturais na Guiné-Bissau, destacou a importância dos agentes culturais na criação de projetos. “Nós não queremos fazer um projeto para os autores culturais, mas queremos fazer um projeto com autores culturais tanto na forma como é concebida no ponto de vista político, como na forma como é concebida no ponto de vista criativo, mas também como um movimento social”, esclarece acrescentando que a ausência de políticas públicas na Guiné-Bissau não permite atingir metas.



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Em declarações à BANTUMEN Miguel de Barros afirmou que a política cultural é um dos grandes desígnios do projeto, na medida em que pode permitir à Guiné-Bissau escrever tudo aquilo que são as suas potencialidades dentro de um quadro internacional, destacando exemplos como o Carnaval, o Crioulo, o N’turudu (máscara), que não são só patrimônios nacionais, mas são patrimônios culturais e materiais mundiais.


“Nós temos que estruturar a fundação da cultura na Guiné-Bissau, tem que existir lei de património, inventário de patrimônio, estatuto dos profissionais, tem que existir um conjunto de instrumentos legais institucionais que os permitem não só ter a capacidade de proteção do nosso patrimônio, também a capacidade de orientação de como é que aqueles que fazem arte podem navegar nas águas, mesmo que sejam turvas, mas salvaguardando não só a utilidade da sua capacidade, mas também a autenticidade daquilo que é o patrimônio nacional”, finalizou.


De que realçar que a Tiniguena, fundada em 1991, é uma ONG guineense que se dedica à promoção do desenvolvimento participativo e sustentável. A organização foca-se na conservação dos recursos naturais e culturais e no fomento da cidadania ativa. A Tiniguena destaca-se ainda pela sua intervenção em temas como soberania e segurança alimentar e nutricional, animação, organização e mobilização comunitária, influência em políticas públicas, gestão sustentável de recursos e empoderamento feminino. 



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