Guiné-Bissau aposta na digitalização para modernizar o país

30 de Janeiro de 2025
transição digital guine bissau
Marciano Silva Barbeiro, Ministro Dos Transportes Telecomunicações E Economia Digital, durante o evento de apresentação do programa de transição digital do país | Foto ©BANTUMEN

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O Governo da Guiné-Bissau lançou oficialmente, no dia 29 de janeiro de 2025, a Estratégia Nacional para a Transformação Digital (ENTD.GW), numa cerimónia realizada no Palácio do Governo, na sala “Victor Saúde Maria”. A iniciativa pretende modernizar o país através da digitalização dos serviços públicos e privados, impulsionando a inovação, a inclusão social e a eficiência administrativa.


A cerimónia contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais, representantes governamentais, empresários e membros da sociedade civil, que discutiram os desafios e oportunidades do processo de digitalização no país. O plano, com um horizonte temporal até 2030, prevê 55 intervenções operacionais organizadas em torno de seis objetivos estratégicos. Entre eles, destacam-se o desenvolvimento de infraestruturas tecnológicas, a promoção da literacia digital, a modernização dos serviços públicos, o fortalecimento institucional e o estímulo à economia digital.


João Frederico, presidente do Conselho de Administração do Instituto Tecnológico de Modernização Administrativa, sublinhou a importância da continuidade e do envolvimento de todos os setores na execução da estratégia: “O trabalho de digitalização é um trabalho contínuo. Agora somos nós e depois a geração vindoura e assim sucessivamente. A única coisa é que tem de ter a participação de todos, tem de ser aceite por todos, sobretudo pelo Governo, sociedade civil, funcionários públicos.”


Frederico explicou ainda que, além de ser uma iniciativa que vai beneficiar diretamente a população, sem custos, a digitalização dos serviços públicos deverá impulsionar diretamente o setor privado, criando uma dependência positiva entre ambos: “Digitalizar os serviços públicos é também digitalizar os serviços privados. Isto vai ajudar o país em todos os sentidos.

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Capacitação e Inclusão Digital


A capacitação tecnológica é um dos pilares centrais da ENTD.GW, com foco especial na inclusão de grupos como mulheres e jovens. Guilhermina Alves Gomes, diretora do Orange Digital Center, destacou o trabalho do centro no apoio ao desenvolvimento de competências digitais. “A Orange Digital Center é um centro criado na Guiné-Bissau para assistir na transformação digital, acompanhamento de startups e tudo o que é desenvolvimento da competência digital dos jovens e não só. Estamos agora, por exemplo, a desenvolver uma campanha de capacitação e desenvolvimento das mulheres que nunca tiveram contacto com computadores. Hoje, estamos a formar mulheres para se prepararem para o mundo digital.”


Gomes frisou ainda que o programa tem ajudado na integração de jovens no mercado de trabalho, promovendo o empreendedorismo e o acesso a oportunidades digitais. “O país está a ganhar e aproveitamos as startups que estão a entrar no mercado de trabalho para participarem neste programa”, sublinhou.

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A elaboração da ENTD.GW baseou-se em análises documentais e entrevistas com mais de 30 atores-chave do setor tecnológico, governo, sociedade civil e instituições internacionais. O diagnóstico revelou uma série de desafios que o país enfrenta na área da transformação digital, incluindo a precariedade das infraestruturas de conectividade e energia, a baixa literacia digital e a fragmentação institucional.


Apesar das dificuldades, foram identificadas diversas forças e oportunidades. O crescimento do setor de internet móvel e a juventude predominante na população são considerados fatores positivos que podem ser aproveitados para acelerar a transformação digital. Além disso, parcerias internacionais favoráveis, como a cooperação com países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e instituições como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), desempenham um papel crucial no suporte técnico e financeiro.

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