A peruana Susana Baca, cantora, compositora e importante ativista pela defesa dos Direitos Humanos, vai apresentar o seu último disco, Palabras Urgentes, em Portugal com três atuações. A primeira acontece no Teatro Tivoli, em Lisboa, no dia 4 de maio, seguindo o Auditório de Espinho, a 6 de maio, e o Theatro Circo (Braga) no dia 7.

Este seu último disco nasceu da urgência de continuar a dar voz a causas sociais e de direitos humanos, sobretudo ligadas às questões raciais, com que se comprometeu toda a vida, e que – infelizmente – continuam atuais.

Susana Baca é tida como uma das últimas divas da música latino-americana, mas é muito além disso. Embaixadora mundial da música afroperuana; mlitante pela defesa dos Direitos Humanos e pela liberdade e igualdade; professora; ministra da Cultura do Peru (2011); presidente da Comissão de Cultura da Organização dos Estados Americanos (2012/13); investigadora e uma das responsáveis pelo esutod, registo e divulgação das raizes da música afroperuana e pelo seu reconhecimento mundial, são apenas algumas das atividades que lhe reconhecemos.

“A arte influencia a sociedade e, nas últimas cinco décadas, a música de Baca traduziu experiências, incutiu valores e ajudou a mudar opiniões. Ela se tornou uma voz e defensora da comunidade afroperuana e do renascimento da música afroperuana – e o seu impacto é inegável. Em 2009, o Peru tornou-se no primeiro país latino-americano a emitir um desculpa público oficial aos seus afrodescendentes por séculos de “abuso, exclusão e discriminação”, define um artigo na plataforma Refinery29 sobre a artista.

A descrição do álbum indica que este projeto “não foi criado para ser apenas uma bela distração ou um meio de encantar o ouvinte. Pelo contrário, Susana gravou este álbum como uma forma de protesto e de debate — e o ouvinte deve entender isso para realmente entender o álbum — mas, também, como um meio de nos encorajar a valorizar e valorizar o tempo que nos é dado. e viver no sentido mais pleno.”

Palabras Urgentes é uma coletânea de 10 canções que tenta engarrafar o património e a tradição daqueles que um dia lutaram por um mundo melhor. Foi gravado em Cañete, uma pequena cidade localizada a 150 quilómetros da capital do Peru, e as canções ganham vida pela presença e apoio de Michael League (Snarky Puppy, Bokanté, David Crosby) cuja produção traz um som universal e contemporâneo ao álbum.