“Badio Branku” é o segundo single promotional do EP Autofagias de Djam Neguin, artista multidisciplinar cabo-verdiano comprometido com uma mensagem política e com a autoconscientização da sua condição humana no mundo.
A música tem o instrumental de Firmy (Dunno), captação, mix e master do LennoBeats e voz e letra do próprio Djam Neguin.
Este novo single, que integra o EP Autofagias, é um segundo marcador de uma trilogia de temporalidades, que o artista explica como afetas às temáticas afrofuturistas, que o conduziram “à criação do movimento artístico e estético CVFuturismo“, tal como nos indicou. “Uma das prerrogativas que me orientam é o desmembramento do conceito do tempo. Ou pelo menos, dos fluxos temporais como nos foram dados. Passado, presente e futuro são permeáveis e intercambiáveis”, indica o artista. Assim, “Ka bu Skeci Tradison” (primeiro single), revista o passado a partir do futuro. Badio Branku denuncia o presente a partir do passado.

“Denunciar é um verbo acusativo. Não por acaso. Nesta canção há uma exposição de um “estado das coisas” e há uma incitação “camba pra luta”, a pele é “disputa”. A pergunta “Se o presente se parece com o passado, como será o futuro?”, no livro de 1982 de Alice Wakler, quando discutia as questões do racismo, passados 42 anos ela não se modificou. O futuro de 1982 é hoje”, acrescenta o mutifacetado Djam Neguin.
A mensagem principal do artista é que “a luta e a disputa são por um mundo que efetue a reparação histórica necessária e crie as circunstâncias para que as pessoas existam fora de ideologias de dominação”.
“O Badio Branku” é um reflexo dos tempos. “Um tempo de acordamento, que para mim aconteceu muito recentemente. Um tempo em que as nossas pautas enquanto artistas e criadores são decisivas para o rumo do planeta que todos partilhamos. (…) Somos a geração mais privilegiada com acesso a conhecimento e a informação. -o que vamos fazer com isso vai ser decisivo”, afirma.