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Bizzy Diesel: “Quero tocar pessoas através de uma mensagem útil, construtiva e positiva”

Bizzy Diesel
Bizzy Diesel | Imagem Promocional

Hoje, apresentamos aos leitores da BANTUMEN um músico que se destaca em relação aos demais, pela sua perseverança e pela energia super positiva que a sua música transmite.

Bizzy Diesel, baptizado com o nome Carlos Epifânio da Conceição Pegado, nasceu na cidade de Luanda, Angola, no dia 27 de Julho de 1982. Atualmente, vive em Portugal, para onde se mudou desde os finais da década de 80 com os pais. Foi em Santo António dos Cavaleiros, Loures, onde o música cresceu, construiu as suas amizades e deu os primeiros passos no mundo da música.

Admirador do conteúdo e não da forma que as coisas podem eventualmente apresentar, Bizzy Diesel tem uma forte preocupação com a mensagem que a sua música transmite. Afinal, é a letra que nos oferece conforto quando procuramos um refúgio emocional para as diferentes fases da vida que enfrentamos.

Para o artista, a paixão e o gosto pela música sempre fizeram parte da sua vida. No seu repertório tem três trabalhos, dos quais dois são a solo.

No seu último trabalho, Caçador de Sonhos, além do hip hop encontramos uma variedade de sonoridades como pop, pop-rock, soul music, entre outros.

Lançado em 2018, o álbum pretende ser embaixador de uma atitude de luta permanente na busca pelos nossos sonhos, sublinhando que devemos ter a audácia de manter a persistência naquilo em que acreditamos.

https://twitter.com/BizzyDiesel/status/1247298625908203525?s=20

Fala-nos um pouco da tua infância.

No final da década de ’80, os meus pais tomaram a decisão de emigrar para Portugal, em busca de melhores condições de vida. Assim, acabamos por ir para Lisboa, mais propriamente para um bairro nos subúrbios, Santo António dos Cavaleiros. Foi nesta terra que eu cresci, fiz muitas amizades, fui muito feliz e, acima de tudo, onde toquei os meus primeiros acordes e desde então aprendi a amar música.

Neste momento, o que mais importa na tua carreira? E quais os próximos passos?

O mais importante na minha carreira, neste momento, é fazer a minha música e as minhas mensagens chegarem às pessoas. Utilizar todos os veículos possíveis para atingir esse fim. Não me candidato a ser um artista da moda ou mais badalado, o grande propósito é tocar pessoas através de uma mensagem útil, construtiva e positiva. Na vida aprendi a ser um admirador do conteúdo e não das formas que as coisas apresentam. O que mais importa neste momento da minha carreira é fazer a mensagem chegar ao destinatário.

Quando e onde gravaste a tua primeira faixa e qual a história por de trás da mesma?

A minha primeira faixa gravada tem uma história muito enriquecedora e interessante. Na altura fazia parte de uma banda de garagem. Éramos todos colegas de escola e também vivíamos perto uns dos outros. Estávamos no ano de 1999 e essa banda que se chamava Blizzard. Eu era guitarrista/vocalista. Havia um festival para bandas amadoras emergentes do concelho, o Festival de Música Moderna de Loures, e para poder participar, era necessário enviar duas faixas de repertório original.

Éramos miúdos adolescentes, cheios de entusiasmo, e com uma energia quase caótica. Os nossos ensaios eram quase sempre uma anarquia, em que cada um pegava o seu instrumento e queria mostrar coisas novas que tinha pensado e aprendido. Em suma, era muito difícil nos organizarmos. No dia em que fomos gravar, o técnico do estúdio que também tinha uma banda, percebeu que estávamos com esse mal de organização, que é característico de bandas inexperientes, então deu-nos uma espécie de puxão de orelhas, e de uma forma didática deu-nos quase um compêndio de técnicas e dicas vitais ao funcionamento de uma banda. A partir daí, começámos a perceber muitos dos erros que cometíamos, e procurámos emendá-los, para podermos rentabilizar os ensaios. Isto marcou o início de um processo de aprendizagem contínua.

Bizzy Diesel
Bizzy Diesel | Imagem Promocional

Com que género se identifica a tua música?

Tenho a plena consciência que o hip-hop tem uma presença notável neste trabalho [Caçador de Sonhos], contudo não o assumo como elemento principal ou que exclusivamente caracterize a minha forma de pensar, sentir, e fazer música. Não me considero um rapper ou um homem do hip-hop. Sou um músico, sou amante de música e, cima de tudo, penso que tenho ouvidos bastante ecléticos. Gosto disso, gosto de deixar a minha alma completamente permeável aos vários estilos musicais. O único critério obrigatório para entrar é a música ter qualidade. Assim, quando produzo as minhas músicas o resultado é sem dúvida afetado por esse conjunto de sons, sensações, paixões, e emoções que armazenei na minha alma.

Que peso tem a religião na tua música?

Apesar de não ser praticante, sou orgulhosamente Cristão, e um amante de Deus. Deus, assim como a música, sempre estiveram presentes em tudo na minha vida, desde que me lembre de existir. Um dia, fiz uma reflexão e percebi que pela minha música já me sacrifiquei bastante. Alimento essa paixão, não a deixo morrer, sinto-me cheio de vitalidade para lutar por ela, e provavelmente vai-me acompanhar até ao dia da minha morte. E por Deus…o que é que já fiz? Eu não acredito na Igreja, mas sei que sempre que falamos de Deus estamos a evangelizar. Percebi que podia usar o poder da música para prestar o meu louvor a Deus. Assim será de esperar que, em trabalhos futuros, haja sempre pelo menos uma música com o propósito de louvar a Deus. 

Quais as tuas influências musicais?

A nível nacional sou um fã brutal do NBC, pois vejo-o como um músico acutilante, profundo,  super completo, com uma mensagem encorajadora e positiva, não sei como é que ele faz mas tem muitas músicas, em que por vezes quase parece que está a falar comigo através das suas letras. Lamento imenso que ele não lance trabalhos com mais frequência, porque a cultura ganharia muito com isso. Aliás, posso mesmo dizer que é o artista nacional com quem um dia gostaria de fazer uma música. No panorama internacional, não consigo indicar um artista único, ouço muita coisa, mas posso dizer que, apaixonei-me recentemente pelo álbum de 2018 do Travis Scott, o Astroworld.

Contudo, é muito provável que se essa questão me for colocada dentro de dois meses aponte outras novas paixões e descobertas musicais. 

Os números são importantes?

Essa questão é bastante interessante. Penso que sem sombra de dúvida, os números poderão ser um reflexo da tua popularidade. O mundo mudou, e com ele também o mundo da música. Antigamente, a força de um artista, estaria relacionada, entre outras coisas, com a produtora ao qual estava vinculado, o músico surgia como um potencial produto que tinha de ser refinado à maneira da produtora, embalado, para depois ser comercializado. Atualmente já não é assim. Essa força passou para o lado do artista, do criativo. Assim sendo, penso que um elevado número de visualizações e seguidores dão ao músico mais poder e peso na hora de trabalhar com a indústria musical. Penso, contudo, que esta abordagem deverá ser feita com alguma cautela pois, os números deverão ser analisados à luz de outras variáveis. Por exemplo: há artistas consagrados na música popular portuguesa, com digressões mundiais e com atuações lotadas, que antagonicamente, não são campeões de visualizações de vídeos nas redes. Estou a lembrar-me do Tony Carreira ou os Xutos e Pontapés. Este fenómeno penso que terá muito a ver com o tipo de público alvo, com o perfil de quem consome a música. Sabemos que as gerações mais novas trabalham imenso com a Internet. Se a tua música estiver mais orientada para o público jovem e tiveres muitas visualizações, será sem sombra de dúvida um indicador da tua popularidade.

No meu caso em particular, da forma como penso a minha carreira, e como vivo e sinto a música, em detrimento de uma vaga de popularidade instantânea, vã, e que com o tempo se esgota em si mesma, seduz-me mais a ideia de tocar a alma das pessoas com a mensagem que tenho para levar, e assim conquistar admiradores genuínos e leais. Essa é uma das premissas da minha forma de trabalhar e fazer música. Espero sinceramente que o sucesso surja com o trabalho. Contudo, enquanto um reconhecimento massivo expresso em números não surge, não acredito que a quantificação de números seja o mais importante. O que verdadeiramente te poderá ajudar a atingir os teus sonhos são a paixão, a persistência, fé, e a humildade e disponibilidade para estar sempre a aprender, pois só assim evoluímos e nos tornamos melhores a fazer aquilo que amamos: música!

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