Luís Borges (Fundador e Diretor Criativo da Call Me Gorgeous) criou uma marca para todos, independentemente de género, idade, orientação sexual, tipo de corpo, etnia, história e estilo de vida. E é essa inclusão e representatividade que quer ter no seu próximo desfile na Modalisboa.
Para a apresentação no calendário oficial da edição Core da ModaLisboa – Lisboa Fashion Week, a Call Me Gorgeous vai realizar um casting aberto para encontrar novos rostos que representem o que a marca significa.
Para participar, os tamanhos, altura ou contextos ficam de fora da equação. Serão tidos em conta apenas três requisitos: representar o black power, ter entre 16 e 50 anos e muita atitude, que é como quem diz personalidades gorgeous.
O casting realiza-se no dia 18 de fevereiro, entre as 12h e as 16h, nos escritórios da Associação ModaLisboa (Rua do Arsenal, No25).
A Luís Borges juntam-se Ana Sofia Martins (modelo, apresentadora e atriz) e Luís Pereira (diretor de casting da ModaLisboa) para selecionar quem representará a Call Me Gorgeous na ModaLisboa (que se realiza de 9 a 12 de março, na Lisboa Social Mitra).
O desfile é um momento extremamente mediático, e pode ser usado para dar voz a temas que me são próximos.
Luís Borges
Esta não é a primeira vez que Luís Borges leva à passarela apenas modelos negros. “A verdade é que a decisão de ter um casting composto apenas por modelos negros na minha primeira apresentação na ModaLisboa foi muito natural. Fazia sentido, ponto final. Só depois do desfile é que tive verdadeira consciência do impacto dessa decisão. E soube que tinha de fazer mais.
O desfile é um momento extremamente mediático, e pode ser usado para dar voz a temas que me são próximos. Os modelos da apresentação de outubro foram escolhidos não só por serem negros, mas porque tinham realmente poder — a desfilar, no olhar, na expressão facial. Cada um tinha uma história, acho que isso foi óbvio”, revela o modelo e agora fashion designer.
Sobre a apresentação deste ano, este casting aberto é o próximo passo, avança Borges. “Quero que cada pessoa tenha uma personalidade única, atitude e poder, claro, mas quero também falar a sério sobre representatividade e, para isso, quero ver alturas diferentes, corpos diferentes, contextos diferentes. Quero que as pessoas se sintam vistas e apreciadas. Black power pode ser tanta coisa que nós queremos contar o máximo de histórias diferentes”, assevera.
O modelo internacional português, nascido a 29 de Abril, 1988, estreou-se nas passarelas em 2008 e já trabalhou para as mais importantes marcas da indústria da moda, como Yves Saint Laurent, Jean Paul Gaultier e Tommy Hilfiger. Em 2016, os leitores da Vogue norte-americana nomearam-no o modelo mais bem vestido do mundo.
Atualmente, tem a sua própria marca de acessórios feitos à mão, a Call Me Gorgeous, e que preconiza a “liberdade de usarmos e sermos o que quisermos”.