Nos últimos tempos, o Tik Tok tem vivido de polémicas que assombram a comunidade negra. Desta vez, varios criadores negros recusam-se a lançar novas coreografias e lançam o alerta para o que consideram uma nova forma de apropriação cultural no aplicativo.
A última música da rapper Megan Thee Stallion, “Thot Shit”, era para ser um sucesso do TikTok. O single anterior, “Savage”, teve mais de 22 milhões de vídeos partilhados, “WAP”, com Cardi B, gerou quatro milhões e mais de 1,5 milhão para “Body”.
Contudo, uma greve nas redes sociais iniciada por criadores negros na plataforma de produção de vídeos virais impediu que o seu novo single decolasse como habitual. Os criadores recusaram-se a lançar uma coreografia e uniram-se para boicotar a rede social, alegando que o seu trabalho não tem os devidos créditos, uma vez que criadores brancos acabam por ser erradamente identificados como sendo os inventores das coreografias.
Desde junho, a hashtag BlackTikTokStrike foi vista mais de 6,5 milhões de vezes no aplicativo e, desde então, tem sido tendência noutras plataformas, como o Twitter.
Os criadores negros dizem que os influenciadores não negros usam o seu trabalho, colhendo os ganhos financeiros e pessoais obtidos com as visualizações, mas falham em reconhecer ou dar crédito aos devidos criadores.
“Mesmo nos espaços que conseguimos criar para nós mesmos, pessoas [não-negras] infiltram-se e ocupam violentamente esses espaços sem nenhum respeito aos ‘arquitetos’ que os construíram”, disse Erick Louis, um criador do TikTok que ajudou a organizar a greve, ao Washington Post. “Este aplicativo não seria nada sem os negros”, escreveu Louis, 21, num vídeo amplamente difundido no TikTok.