Estamos provavelmente ainda a séculos de distância do salto evolutivo que irá despertar as nossas habilidades psíquicas, mas os cientistas estão a trabalhar nesse sentido. Investigadores da Universidade de Washington estão a desenvolver uma interface cérebro-a-cérebro desde há já alguns anos denominada BrainNet, que é nada mais do que uma espécie de rede social entre cérebros conectados.
Para já a BrainNet suporta apenas até três participantes, mas o investigador-chefe, Andrea Stocco, garante que a tecnologia poderá vir a ser utilizada por mais pessoas ao mesmo tempo. Na verdade, o único limite, indica Stocco, é o número de dispositivos disponíveis para serem usados.
A BrainNet não lê pensamentos, mas faz uso de dispositivos já estabelecidos e teorias neurocientíficas para transmitir sinais discretos, e limitados, de e para o cérebro. Em particular, ele usa electroencefalogramas ou EEG para “ler” os sinais do cérebro e a estimulação transcraniana magnética ou TMS para alimentar aqueles sinais cerebrais.
O processo ainda requer intervenção externa permanente, e apenas suporta o envio de mensagens muito curtas e simples. No entanto, os avanços que se têm registado neste sector mostram que ainda é possível expandir as capacidades da tecnologia atual. Certo é que a comunidade científica está interessada em continuar a explorar o potencial destas soluções.
É um sistema muito simples, com largura de banda muito limitada, apenas um “bit” por instrução. Stocco está confiante, no entanto, que este seja apenas o início de uma nova era na área da investigação deste assunto.
Equipa BANTUMEN
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