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NGA no primeiro episódio da série “Barman” do humorista Carlos Pereira

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“Barman” é uma série escrita e produzida pelo humorista Carlos Pereira, com sete episódios e que promete arrancar umas boas gargalhadas sem perder de vista a realidade de muitos artistas em Portugal. “Barman” é uma série RTP Lab que disponível na plataforma RTP Play desde o dia 9 de dezembro.

Trata-se de uma comédia dramática sobre um jovem comediante que começa a trabalhar num bar porque é confrontado com uma carta de dívida às Finanças. Além disso, o jovem tem de lidar também com a vontade do colega de casa em transformar o apartamento onde vivem num alojamento local.

Não sendo totalmente baseada em factos reais, é uma história com algum fundo de verdade na vida do seu autor original e ator principal, Carlos Pereira. O guião foi escrito a quatro por Carlos Pereira, Daniel Cruz, Guilherme Ludovice e Tomás Rodrigues.

A dar vida às personagens que se cruzam no percurso de Carlos e o vão empurrando nas várias direcções — ora de volta aos palcos, ora para um trabalho de ordenado estável — estão o comediante Miguel Neves, como o amigo e colega de casa Vasco, e Tomás Rodrigues, também comediante e guionista da série, a representar Pedro, o amigo comediante de Carlos. Ana Sofia Gonçalves é a exigente chefe de bar, Marta. Os colegas de bar são Joana Pialgata como Madalena, Francisco Pereira de Almeida a representar Daniel, Teresa Gomes da Silva é Emília, e Ricardo Maria é Artur. Miguel Linares, Eric Santos, Duarte Pita Negrão, Rita Camarneiro, Tiago Castro, Pedro Miguel Silva, entre outros nomes conhecidos, fazem também parte do leque de personagens.

De entre os inesperados e bizarros acontecimentos de “Barman” é difícil, até impróprio, descrever aqueles que são, ipsis verbis, reais. No entanto, a série não fica longe de um retrato fidedigno do caos do trabalho num bar e, mais ainda, aproxima-se da realidade de muitos artistas em Portugal. “O ‘Barman’ é uma série sobre todos nós, é a série das pessoas que têm sonhos, é a série das pessoas que têm de fazer uma coisa querendo fazer outra”, descreve Carlos Pereira.

A realização é assinada por Luís Almeida e a direção de fotografia ficou a cargo da dupla Plata o Plomo DUO, Filipe Translatti de Mello e Maurício Franco. A produção da série pertence à Many Takes.

Conversámos com Carlos Pereira para ficar a conhecer melhor o projeto.

Porquê a história de um barman e não outra coisa qualquer, como uma história sobre o teu percurso na comédia, como negro?

Primeiro, porque esta também é a minha história. Trabalhei como barman quase dois anos e foi dessa experiência que tirei a inspiração para escrever esta série. Até então nunca tinha trabalhado fora da comédia, e sou alguém, na altura era menos ainda, que frequenta pouco a noite, portanto foi toda uma viagem para mim que só podia resultar numa série ou num filme.

Ainda assim, o Barman não é só a história de Carlos Pereira. É a história de todos nós, dificilmente não te identificas com parte daquilo, porque o barman é a história das pessoas que têm sonhos. Pessoas que fazem uma coisa querendo fazer outra.

E respondendo à segunda parte da tua pergunta, também acho importante que nós os negros possamos falar de coisas além da nossa condição enquanto negros – isso vai estar sempre presente, porque lá está, faz parte de nós e da nossa condição, mas nós somos mais do que isso. E cabe-nos a nós também mostrar isso às pessoas já que, como costumo dizer, se não fores tu a contar a tua história alguém vai contá-la por ti, e não será como queres. 

Como foi fazer a seleção do elenco? Como é que pensaste no NGA para o primeiro episódio?

Foi um bocado diferente do normal por causa do momento que estamos a viver. Aliás, a série foi toda escrita à distância, durante o confinamento, o primeiro grande confinamento. E o elenco foi selecionado com base em algum trabalho de pesquisa, referências que nos passavam de pessoas que se podiam enquadrar no perfil que tínhamos para cada personagem. Foi um trabalho feito por todos, argumentistas, realizador, produção. Esta foi a grande magia deste projeto, todos contribuíam para tudo. Como eu dizia muitas vezes, durante as gravações, são todos a alma do projeto. E sou-lhes eternamente grato.

Quanto ao NGA, quando estávamos a escrever essa cena, a ideia era aparecer alguém com um estatuto diferenciado da personagem de Carlos, uma espécie de anjo conselheiro, que aparecia vindo do nada para lhe dar umas palavras de coragem. Inicialmente pensámos em alguém da comédia para estar alinhado com o universo daquela personagem. Mas quando surgiu a ideia de ser alguém completamente fora desse universo, pensei logo no NGA. Para mim só fazia sentido ser ele. Cresci a ouvi-lo no meu mini mp3. Sou um grande fã. O NGA é uma referência para mim, não fazendo o que ele faz, música – rap – sempre admirei a sua capacidade de trabalho. Lembro-me de um verso que ele tinha, de um som já antigo, na altura eu estava no secundário, em que dizia “Mixtapes atrás de mixtapes, Lil Wayne da tuga”, o que tinha graça porque na altura eu também ouvia muito o Lil Wayne.

Quando viste o trabalho completo, qual foi o sentimento que ficou?

Feliz. Muito feliz. E acima de tudo, um orgulho muito grande nas pessoas todas que aceitaram fazer parte disto e que contribuíram para que a série ficasse como ficou. Sou uma criança feliz graças a todas as almas que fizeram parte disto. Este é o projeto com mais almas que um cemitério.

Depois desta série, pensas em fazer mais?

Quando comecei a ganhar o gosto pela escrita decidi que gostava de fazer três séries e um filme, depois morrer. Porque o mundo é um lugar chato para se ficar muito tempo. Ainda estou a decidir se o “Barman” já está a contar ou não. Mas sim, o plano é esse. Se entretanto não for traído pela vida ou por mim mesmo.

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