Já aconteceu a estreia da peça Casas com árvores dentro, com encenação de Cláudia Semedo e texto de Gisela Casimiro. O Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Algés (arredores de Lisboa) foi o espaço escolhido para exibir a peça, até ao dia 26 de novembro.
Nesta quinta-feira 27, um pouco antes das 21 horas, horário marcado para a estreia, a expetativa enchia o wall de entrada do teatro Amélia Rey Colaço. A fila começava a alinhar-se à porta da sala onde a peça ia ser apresentada, entre as conversas e risos dos que se fizeram presentes.
Amigos, familiares, parceiros, artistas, personalidades da televisão entre outros, fizeram questão de estar presentes na estreia desta obra que marca o início de Cláudia Semedo como encenadora e de Casimiro como argumentista. O elenco é composto por Ana Madureira, Catarina Marques Lima, Natacha Campos, Pedro Peças e Vânia Luz.
Segundo o Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier, a casa é como uma caixa, que protege e sufoca, onde se desenrola “a história de uma família peculiar, forçada a partilhar temporariamente um lar construído a partir de profundas fraturas sociais e discriminações várias.” O argumento cria assim reflexão sobre a discriminação étnico-racial, o capacitismo, a LGBTQFobia, a gordofobia, passando ainda pela saúde mental, a depressão e o suicídio nestas comunidades e nas camadas mais jovens.
A peça integra o projecto |PÊ| – Prefixo de Desumanização, uma ferramenta de pensamento, de questionamento, de levantamento de possibilidades de transformação social e cívica, desde as mais simples às mais significativas.
Casas com árvores dentro foi escrita pela artista e autora Gisela Casimiro, primeiramente a partir de um historial de voluntariado e serviço social, com base em entrevistas, casos reais e experiências pessoais. Seguiram-se-lhe dezenas de diálogos e sessões de trabalho com educadores, assistentes sociais, mediadores culturais, sociólogos, antropólogos, psicólogos, performers e ativistas. Pessoas unidas por uma intenção comum de levar adiante uma consciência mais informada e sensível à diferença, mobilizando à acção comunitária na construção de um mundo mais justo, igualitário e representativo.
António Costa
Por vezes com dificuldades de me descrever em palavras, mas sem medo de ser quem sou. Aos 21 anos, com formação académica em línguas e humanidades, levo a comunicação e o hip hop como estilo de vida num mundo em que muitas vezes os coloca em segundo plano.