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Debaixo de chuva e com muito samba, Rio despede-se dos Jogos Olímpicos

Numa festa que reforçou o que tem de melhor e também extrapolou as fronteiras fluminenses para falar da arte e cultura nacional, o Rio de Janeiro despediu-se dos Jogos Olímpicos na noite deste domingo, 21, numa cerimónia realizada no estádio Maracanã.

O espetáculo pensado para ressaltar a inventividade do brasileiro e sua capacidade de criar com as próprias mãos.

Em comparação à cerimónia de abertura, o encerramento teve orçamento e tempo reduzido, o que tradicionalmente acontece nos Jogos Olímpicos. Além de receber um aporte financeiro menor, com cifras finais não reveladas pelos organizadores, a apresentação final também é mais curta: enquanto a abertura se estendeu por quatro horas, o encerramento teve duração de 2h30.

Trabalho manual
Um dos actos contou a história da arte popular brasileira, nas suas diversas manifestações e extrapolando as fronteiras da cidade-sede. As pinturas e gravuras rupestres encontradas no parque arqueológico da Serra da Capivara, no Piauí, ganharam vida com movimentos coreografados. No chamado “momento lembrança”, Arnaldo Antunes declamou o poema “Saudade”, de sua autoria, evocando a palavra que só existe em língua portuguesa.

A tradição das rendeiras foi exaltada ao som da tradicional canção “Mulher Rendeira”, entoado pelas Ganhadeiras de Itapuã, grupo que resgata as antigas tradições do bairro de Salvador. Uma projecção criou a ilusão de que uma renda tinha sido tecida no chão do estádio. Em seguida, o grupo Corpo apresentou um trecho do espetáculo Parabelo, em ritmo de forró.

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Toque oriental
Os próximos anfitriões também tiveram tempo de mostrar o que querem fazer daqui a quatro anos, em Tóquio, numa apresentação que começou com o hino japonês, viu-se uma mistura de luzes, formas geométricas, tambores tradicionais (taikos) e a cultura dos videojogos. Os espectadores vibraram no momento em que o personagem Mario deixou a animação exibida no ecrã gigante para “saltar” de um cano montado no centro do estádio: era, na verdade, o primeiro-ministro japonês, Shinzō Abe, com os trajes do famoso canalizador do mundo virtual.

Os japoneses também fizeram questão de agradecer, através de projecções da palavra “arigato” (que quer dizer obrigado) em vários idiomas, expressando gratidão ao mundo pela solidariedade e apoio prestados após o terremoto que devastou o país em 2011. No fim, fizeram o convite: “vemo-nos em Tóquio”.

Chuva
No momento em que Bach declarou os Jogos Olímpicos encerrados, um lamento ecoou das arquibancadas. A chama olímpica foi apagada num acto cheio de simbolismo: enquanto a cantora Mariene de Castro interpretava a música “Pelo tempo que durar”, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, uma chuva, que representa a abundância das águas tropicais, caiu sobre a pira, extinguindo o fogo. A mensagem passada, no entanto, foi de renovação, e não de finitude: uma grande árvore feita de cordas foi içada no centro da cena, em meio à colorida representação da flora brasileira, reforçando o início de um novo ciclo.

Carnaval
E o Maracanã virou carnaval com a chegada do Cordão do Bola Preta e de integrantes de escolas de samba, embalados pela marchinha “Cidade Maravilhosa”, hino da cidade do Rio de Janeiro. O público ficou de pé para cantar, a plenos pulmões, as marchinhas que ganham o carnaval de rua e sambas-enredos consagrados. A festa ficou completa com a chegada de um carro alegórico, convidando os atletas a tomarem o gramado e acompanharem os fogos de artifício. Só faltou avisar que a festa tinha acabado: atletas, voluntários e o público continuou dançando, ao som do samba tocado nos alto-falantes, como se os Jogos estivessem só começando.

Agência Brasil

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