Cíntia é a última convidada do BANTUMENPodcasts. A artista, que tem gerado algum buzz à sua volta, tem 17 anos, filha de pai guineense e de mãe portuguesa, nasceu e foi criada na Apelação, em Loures, nos arredores de Lisboa.
A popularidade de Cíntia começou muito antes da música, no Sociedade Recreativa Catujalense, em Loures, onde jogou até começar a dedicar-se de corpo e alma à música.
A sua carreira musical deu os primeiros passos há menos de um ano. Tudo aconteceu quando foi desafiada pelo amigo, também cantor e produtor Lukky Boy para gravarem uma faixa que desencadeou todo um o “bichinho” da música em crescimento.
sai amanhã 🤭🔥🔥🔥🔥 https://t.co/ZZ5TensQ4D
— mel 🧚🏻♀️ (@its_basofa) November 12, 2019
A sua essência artística começou a compor-se também quando descobriu bandas como Força Suprema ou J Hus.
“O meu cota sempre me meteu a ouvir TUPAC, BIG, SNOOP Dog desde cedo mas, a primeira vez que ouvi um som da Força Suprema foi na RTP África. O som era “Bebem Búe” e achei o som bem podre mas mesmo assim fui pesquisar sons deles no YouTube e foi daí que comecei a ouvir rap português. Estava sempre a ouvir Força Suprema até aos meus 16 anos, no fim dos 16 já não ouvia assim tanto mas até hoje ainda oiço Força Suprema.”
Questionada sobre se o grupo da Linha de Sintra é uma influência naquilo que escreve, Cíntia responde: “Não posso dizer que me inspiro neles para escrever os meus sons, porque estaria a mentir. Mas uma das motivações para fazer música veio deles.”
As suas primeiras faixas estão disponíveis no SoundCloud e acumulam mais de 48 mil reproduções em menos de seis meses. Referênciadas pela própria artistas como sendo “à toa”, foram feitas no feeling do momento e sem premeditação do hype que iriam sofrer. “Ter dois sons no Soundcloud que foram feitos por mero divertimento e ver que o people curtiu é ganda sensação, daí ter mais motivação para fazer algo mais sério mas sempre com aquela vibe“, explicou-nos.
“Os meus sons são para as “meninas” mexerem a bunda e para os niggaz apaixonados”
A oportinidade de entrar para a produtora Loco Kingth aconteceu por acaso, através do Instagram. “Graças ao video que postei de uma atuação na apresentação do EP do meu mais velho Lil Mapz, onde apresentei o Som “Grana”, produzida pelo Shooh. O Carlos, CEO da Loco, entrou em contacto comigo oferecendo melhores condições de trabalho e estamos aí. Estou bastante satisfeita com o que temos feito, já estou a trabalhar em novos projetos e espero trazer só coisas boas para a Loco Kingth.”
A sua popularidade é sentida também através do feedback que recebe nas redes sociais. “Tenho recebido muito “sangue” do people.” Mas esse love está também atrelado à pressão de quem a segue e quer ouvir mais de si. “Tenho recebido bué mensagens do people a pedir para soltar o “Grana”, acho é a única pressão que têm dado até agora.
E se ouvem Cíntia com o intuito de encontrar uma mensagem nas letras, “é um erro. De momento só faço sons para estar numa vibe com uns amores e pronto. Se o people estiver à espera que passe alguma mensagem ou que fale dos meus problemas nos meus sons é um desperdíco de tempo. Os meus sons são para as “meninas” mexerem a bunda e para os niggaz apaixonados ou algo do género”, avisa.
Sobre o futuro, tudo é incerto, masa jovem rapper só se vê a fazer música. “Espero viver da música mesmo. Não me imagino num trabalho comum. Quero estar em palcos, fazer dinheiro com música, meter os meus niggaz a viver da música, sair de casa para o estúdio, Quero dar o ao mundo muita Cíntia”.