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Cláudia Semedo e Gisela Casimiro levam “Casa com Árvores Dentro” ao palco

Peça Casa Com Árvores Dentro, de Cláudia Semedo e Gisela Casimiro, 2022 | DR
Peça Casa Com Árvores Dentro, de Cláudia Semedo e Gisela Casimiro, 2022 | DR

Casa Com Árvores Dentro é uma ideia original e encenação de Cláudia Semedo, com texto e dramaturgia de Gisela Casimiro, que chega ao teatro já no dia 27 de outubro. A peça lida com questões prementes, que afetam a juventude mas também aqueles e aquelas que têm um papel de cuidadores e que são tantas vezes descurados.

Na sinopse, lemos que Casa Com Árvores Dentro é “a história de uma família peculiar, forçada a partilhar temporariamente um lar construído a partir de profundas fracturas sociais e discriminações várias.” O argumento cria assim reflexão sobre a discriminação étnico-racial, o capacitismo, a LGBTQFobia, a gordofobia, passando ainda pela saúde mental, a depressão e o suicídio nestas comunidades e nas camadas mais jovens.

Em exibição no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Algés (arredores de Lisboa), até ao dia 26 de novembro, o espectáculo, integrado no projecto |PÊ| – Prefixo de Desumanização, é uma ferramenta de pensamento, de questionamento, de levantamento de possibilidades de transformação social e cívica, desde as mais simples às mais significativas.

A obra foi escrita primeiramente a partir de um historial de voluntariado e serviço social, com base em entrevistas, casos reais e experiências pessoais. Seguiram-se-lhe dezenas de diálogos e sessões de trabalho com educadores, assistentes sociais, mediadores culturais, sociólogos, antropólogos, psicólogos, performers e activistas. Pessoas unidas por uma intenção comum de levar adiante uma consciência mais informada e sensível à diferença, mobilizando à acção comunitária na construção de um mundo mais justo, igualitário e representativo.

Parte dessa consciência começa por ter-se noção do quanto se sabe ou imagina saber sobre a condição própria e a alheia, reconhecendo o quanto mais se ignora ainda. Neste processo, foi fundamental compreender as necessidades de cada comunidade marginalizada, sem descurar o quanto o oprimido é também o opressor e, sobretudo, que apenas com a libertação e a conquista de condições melhores para todas as pessoas, a partilha da responsabilidade e a redistribuição da violência e do privilégio, é que esse caminho pode ser trilhado.

Segundo o Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier, a casa é como uma caixa, que protege e sufoca. A cama que centraliza o espectáculo é o lugar de nascimento, de amor, de enfermidade, de morte. O telhado é a cabeça e o espírito, o controlo da consciência. O exterior da casa é a máscara e a aparência. A árvore como eixo, sabedoria, vida, como suporte e esqueleto, veículo de memórias passadas, matéria a partir do qual os elementos da casa são feitos. O que fica quando estas partes se movem, são destruídas ou sofrem a erosão do tempo e dos elementos?

Casa Com Árvores Dentro é sobretudo um espectáculo que pretende inspirar a pensar sobre o medo, o preconceito e tudo o que preferíamos não lembrar que ainda acontece.

A peça, co-produzida pela Companhia de Actores e pela RTP2, pode ser visionada de 27 de outubro até ao dia 26 de novembro, no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Algés (arredores de Lisboa), às 21 horas. As reservas devem ser efetuadas através do email [email protected].

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