Em 300 anos da fundação, a Universidade de Harvard acaba de anunciar a primeira líder negra da instituição, Claudine Gay, que será também a segunda mulher a assumir a diretoria da Faculdade de Artes e Ciências.
Filha de imigrantes haitianos, Gay formou-se em Stanford; obteve o seu doutorado em Governação em Harvard em 1998 e venceu o Prémio Toppan de melhor dissertação em Ciência Política.
Claudine Gay foi eleita para a presidência pela Harvard Corporation, o principal conselho administrativo da universidade e sucederá o atual reitor, Lawrence S. Bacow, que anunciou a reforma em junho, depois de cinco anos no comando.
A escolha de Claudine acontece depois da polémica sobre a inexistência de legislação em relação a cotas raciais no universo académico. Harvard tem recebido diversas críticas quanto à falta de estudantes de origem asiática, que teriam o seu acesso dificultado em detrimento de alunos brancos e de classes sociais abastadas, sendo que pessoas negras e hispânicas conseguem ingressar na instituição através de ações afirmativas.
Desde 2014, a Harvard enfrenta uma ação judicial apresentada pela organização Students for Fair Admissions (Estudantes Pelas Admissões Justas, em tradução livre), que opõe-se às ações afirmativas para diversificar racialmente o corpo estudantil. Também em julho de 2023, mês em que Claudine é empossada, a Suprema Cortes do Estados Unidos deve emitir uma decisão que pode determinar que Harvard reveja o seu processo de admissão.