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#CoronaTalksCaboVerde: “Por favor, tirem-me deste filme”, por Cristina Morais

Mural que celebra a cultura de Cabo Verde, no Mindelo, São Vicente | @Alex Paganelli
Mural que celebra a cultura de Cabo Verde, no Mindelo, São Vicente | @Alex Paganelli

Sempre reagi com ceticismo em relação às teorias de conspiração e perante os filmes que anunciavam o fim do mundo tal como o conhecemos. Talvez por isso, à semelhança de milhares de outras pessoas espalhadas pelo globo, também comecei por questionar, em janeiro deste ano, as teorias de que o novo coronavírus iria espelhar-se pelo mundo atingindo tudo e todos.

Os factos fizeram-me mudar de opinião.

Se alguém me dissesse no início de janeiro que seria decretado, pela primeira vez na história, o Estado de Emergência em Cabo Verde, com certeza que diria algo como: “Deixa-te de brincadeiras. Andas a ver filmes a mais”. 

Saio à varanda de casa para apanhar um pouco de ar (estou em regime de teletrabalho desde o dia 23 de março) e no meu bairro na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, não há vivalma lá fora. As pessoas simplesmente desapareceram. Estamos em isolamento social (expressão que agora marca o nosso dia-a-dia). Parece o cenário dos tais filmes que encaro com ceticismo. Mas não é.

Apesar de algumas exceções em bairros mais populosos, a situação repete-se um pouco por todo o arquipélago e é impossível ficar indiferente, principalmente ao silêncio que arrepia. Ruas vazias, restaurantes fechados, hotéis sem hóspedes. Um cenário entristecedor num país que vive do turismo como o nosso.

Por força da profissão acabo por passar o dia a acompanhar os media e as notícias. As manchetes assemelham-se aos tais filmes apocalíticos em que surgem diferentes locutores a narrar o mesmo cenário em diferentes paragens do globo: falam todos do mesmo inimigo público – o novo coronavírus -, não importa qual seja o canal ou o órgão de comunicação social.

Também não é para menos. A realidade é que a pandemia da COVID-19 já matou mais de 145 mil pessoas no mundo inteiro e já infetou mais de 2.165.500, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde. Parece completamente surreal.

Mas o que mais me causa mais ansiedade é a incerteza sobre o futuro, sobre como este filme, que é afinal um documentário das nossas vidas, vai acabar. Que mundo teremos pós-Covid-19? Quais os efeitos sociais e económicos desta pandemia, principalmente em países em desenvolvimento como o nosso? 

Perguntas que, para já, ninguém sabe responder com certeza absoluta.

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