É já esta terça-feira, 21, que a SOS Racismo organiza um debate sobre a criminalização dos movimentos sociais e que surge no âmbito do processo instaurado contra o dirigente da organização Mamadu Ba, às 18h, na Casa da Achada (em Lisboa).
Com o mote “Acusam um, respondemos todes”, a organização explica que acontece como resposta e alerta contra àquilo que é “um sinal claro para que o movimento negro e antirracista se cale”.
No comunicado enviado à redação, lemos que “pelo seu percurso de mais de vinte anos de luta e denúncia das desigualdades raciais na sociedade portuguesa, Mamadou Ba tornou-se alvo de ataques públicos inflamados que o demonizavam publicamente e lhe valeriam a ameaças de morte, pedidos de expulsão, intimidações, insultos quotidianos e queixas judicias que acabariam por ser arquivadas”.
O comunicado indica ainda que, em 2022, houve uma escalada de situação, quando o Ministério Público e o juiz Carlos Alexandre decidem acompanhar a queixa de difamação de um dirigente de organizações afiliadas à extrema direita.
A SOS Racismo sublinha que este “é um outro nível de intimidação no sentido de silenciar Mamadou Ba, já que, desta feita, a descontextualização e hiperbolização das suas denúncias visa condená-lo em julgamento com início dia 11 de abril, às 14h, no Campus da Justiça (Parque das Nações)”.
A sublinhar que o juiz Carlos Alexandre – testemunha abonatória do agente da PSP Carlos Canha, que agrediu Cláudia Simões, em Janeiro de 2020 –, no dia 26 de outubro – “em menos de 24 horas pronunciou Mamadou Ba por difamação a propósito de uma publicação do ativista nas redes sociais em que diz que Mário Machado é uma “das figuras principais do assassinato de Alcindo Monteiro”.
A organização apela à mobilização da sociedade civil para comparecer no debate, desta terça-feira, às 18h, na Casa da Achada.
