Depois de Danni Gato ter lançado “Djabaté“, que já conta neste momento com mais de 50 mil visualizações no YouTube, quisemos conhecer um pouco mais sobre o processo criativo por trás da faixa, que o levou o artista até terra de Titina Silá, pela segunda vez.
Danni Gato esteve pela primeira vez na Guiné-Bissau, no final de 2020, para tocar na passagem de ano, juntamente com outros DJs, na capital. Bissau é o que agora alguns apelidam da nova capital do Afrohouse e Afrobeat.
Danni confessou-nos que ficou de imediato ligado à cultura e às suas gentes. A nova música é fruto dessa viagem. O título é inspirado no nome de um senhor, Djabaté, dono de um restaurante tradicional e que ficou famoso pelo seu prato de carne de cabra à Djabaté. “Gostei tanto do que ele e o próprio sítio representavam, que senti que aquele sítio deveria ser falado além fronteiras. Daí ter escolhido esse nome para este som e quis que tanto o senhor como o restaurante aparecessem no videoclipe”, explicou-nos o DJ.
Há cerca de um ano que a Guiné Bissau é um destino bastante procurado por artistas e dos palcos mais requisitados dos PALOP para a Afro House, com nomes como Buruntuma, Studio Bros, DJ Barata, Amorim Jr, Paulo Braz, entre outros, como anfitriões. Danni Gato não consegue explicar o porquê desse fenómeno, mas sabe que culturalmente e musicalmente falando é bom para o país. E que, se muitos artistas têm feito música em que usam o próprio país como pano fundo, só pode ser pelo facto de as pessoas se sentirem envolvidas automaticamente na cultura guineense e no calor com que são recebidas pelos locais.
“O primeiro sentimento quando se chega à Guiné Bissau é a curiosidade. Parece que nos sentimos envolvidos na cultura de lá. E este sentimento, muitas vezes, é inevitavelmente passado para a nossa arte. Penso que seja por tudo o que o país representa a nível cultural, os ritmos, as cores, as pessoas, as paisagens, tudo isso contribui. Depois de ter ido lá a primeira vez, em dezembro, mal cheguei a Portugal tive logo vontade de voltar. Comprei logo outro bilhete de ida e passado três semanas estava lá outra vez”.
O DJ confessa também que está apaixonado pelo país e que “Djabaté” é um reflexo desse amor. Sente-se ligado ao país. Não só pela suas origens cabo-verdianas e pela relação que Cabo Verde tem com Guiné-Bissau, mas pela música, história e valores. “‘Djabaté’ é sobretudo pela divulgação da riqueza cultural do país”.
No seu canal de YouTube, Danni contabiliza no total mais de sete milhões de visualizações, isso devido ao seu registo mais electrónico e energético, o que faz com que ganhe cada vez mais adeptos dentro dos apreciadores de House Music e da música electrónica em geral.
Apesar dos números e reconhecimento que está a ter, Danni Gato não tem parado. Com a pandemia e o confinamento, focou-se mais nos seus sets, em trabalhar em novos sons e alguns diretos nas redes sociais, para conseguir chegar aos seus seguidores nesta fase menos boa e, com isso tudo, poder animar e divertir quem está em casa e tem-lhe acompanhado nesta viagem.
No que toca a trabalhos e projetos futuros, “tento ao máximo dos máximos aperfeiçoar tudo o que faço. Tenho vários trabalhos para lançar até ao verão, começando pela música com o Vado Mas Ki Às, em que estou a sentir que já há uma grande espera e curiosidade para ver a união de um DJ de Afrohouse a um artista de Hip-hop, na vertente rap Criolo. Também estou a desenvolver novos projetos para ser um ano em grande”.
Ouve abaixo “Djabaté”:
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