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“Temos as ferramentas todas para sermos artistas independentes”, Djodje

Djodje

Djodje é um dos artistas do universo PALOP mais apreciados da atualidade e a chegada de Mininu Di Oru, que levou cerca de nove meses a ser concepcionado, ajudou a cimentar essa posição.

Desse projeto, “You” tem atualmente dois milhões de visualizações no YouTube, e o artista lançou ainda os vídeos “Tempestade”, com o cantor português Syro, e “Manxeda”, numa colaboração com Ricky Man e a participação de Elvis Snake.

O cantor cabo-verdiano esteve à conversa com Eddie Pipocas sobre os pontos mais importantes que marcaram o processo de produção de Mininu Di Oru, que envolveu um regresso a Cabo Verde para mergulhar a 100% nas suas origens e criar a inspiração certa para trabalhar no álbum . Segundo Djodje, foi a primeira vez que o cantor e a sua equipa fizeram um refúgio musical. “A maior parte da base do álbum foi feita em dez dias em Cabo Verde. Fizemos uma writting camp e foi muito intenso. Em dez dias fizemos por aí 12 ou 14 músicas, o que é natural porque estávamos submersos na cena criativa”, contou-nos Djodje.

Todo o processo aconteceu durante o tempo normal de uma gestação. Foram nove meses, com os detalhes mais básicos a serem alinhados em fevereiro, seguindo-se a escolha das participações vocais, masterização, mixagem e produção no seu todo.

Nesse período, Djodje trabalhou com nomes como Ga Dalomba, o El Beats, Jerson Marta, Kady, Mário Marta, entre outros, num misto entre artistas da nova e antiga geração, o que fez com que se criasse uma simbiose que deu lugar a uma musicalidade nostálgica, dentro de um pop moderno.

“Cabo Verde é mistura. Quando falas de rumba podes estar a falar de salsa, de merengue ou de coladera, ou do semba. E é essa a vantagem de fazer criação com várias pessoas porque cada pessoa vem e traz a sua influência, o seu ‘tempero’ e acho que foi isso que aconteceu com o álbum. Tínhamos um foco muito forte em fazer um álbum que fosse pop, urbano e atual, mas ir buscar a tradição e pequenas influências do que é a música tradicional cabo-verdiana, que tem [também] a influência do mundo”, detalhou.

Emicida, o referenciado rapper brasileiro que emprestou a sua voz à música “Culpa ê Dimeu”, foi uma escolha evidente para Djodje. “Sempre fui fã do Emicida. Conhecemo-nos em Cabo Verde no Atlantic Music Expo e houve uma conexão fixe. Fiquei muito em contacto com o irmão e manager dele, Evandro Fiote. Quando surgiu a música enviámos para eles e gostaram da vibe e o Emicida entrou no som”, explicou Sabboy.

Além do álbum, outro tema abordado na conversa foi a independência dos artistas em relação às editoras, e que é um processo resultante desta era digital que vivemos atualmente e que permite criar a um custo muito mais reduzido. Djodje é uma das pessoa mais indicadas para falar sobre a matéria, por ter uma estrutura com base familiar que fez-se grande com o passar do tempo e que é uma das maiores editoras da lusofonia. “Hoje em dia temos as ferramentas todas para sermos artistas independentes. Temos os meios de produção que são bem mais baratos que antigamente; distribuição, tem muitos sites em que se pode alojar as músicas nas plataformas digitais; e temos a maior ferramenta de divulgação que todas as labels usam, que são as redes sociais, e a Broda Music é baseada nisso”, explicou.

Sobre o potencial, ou falta dele, de expansão da música em português, sobretudo dos PALOP, Djodje defendeu que a barreira linguística pode ser um factor impeditivo mas não é crucial para a música ir mais ou menos longe. “Cantando em inglês tem-se a probabilidade de atingir um mercado maior. Se calhar, nós da lusofonia, se conseguirmos incorporar um bocadinho mais o inglês [que é uma língua universal] dentro da música que se faz, vamos conseguir sim expandir para outros mercados”, explicou sublinhando que este é o momento certo para isso, devido à abertura do mundo para a música africana.

O artista considera este “projeto de vida”, como o próprio indicou uma excursão não só ao afrobeat, que “é muita coisa e o que o mundo apelida toda a música feita em África”, mas também à kizomba, afropop. “Eu prefiro dizer que tem um ângulo afropop, porque é uma génese africana e música ligeira, música pop”, explicou.

Os próximos passos deste Mininu di Oru é “espremer o álbum em termos de promoção” com um máximo de videoclipes e visualisers, começar a trabalhar nos concertos de promoção e no novo conceito de festas da Broda Music, que acontece a partir da música “Manxeda”.

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