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Depois de tour com Madonna, agora é tempo de Éllàh voar sozinha

ÉLLÀH

Jossiela Barbosa é Éllàh , uma jovem cantora cabo-verdiana que, com apenas 29 anos de vida, já teve a oportunidade de se aventurar pelo mundo fora com uma das personalidades da música mais populares do mundo, Madonna. Agora, é tempo de voar a solo e deixar esse mesmo mundo rendido à sua voz.

Natural da ilha de Santiago – mais propriamente do concelho de Santa Cruz – Éllàh é da terra que viu nascer grandes nomes da música cabo-verdiana como Orlando Pantera, Élida Almeida e Katchás.

Sobrinha do célebre poeta, músico, intérprete e compositor Kaka Barboza, filha de um guitarrista e uma mãe que outrora foi cantora, nas veias de Éllàh corre sangue de artista, enraizado na música tradicional e renovado com as diferentes sonoridades urbanas contemporâneas.

A música foi assim inadvertidamente o caminho certo a seguir, tendo começado a cantar em bares, restaurantes e rodas musicais, em Cabo Verde. Contudo, foi em Portugal – onde estudou Ciências Políticas – que decidiu investir numa carreira musical com mais seriedade.

Foi nessa caminhada em terras lusas que Éllàh conheceu o cantor luso-cabo-verdiano Dino D’Santiago, aquele que viria a abrir-lhe as portas para a digressão Madame X da “Rainha da Pop”.

Devido ao seu conhecimento e amor pela música tradicional de Cabo Verde, Dino acabou por tornar-se numa espécie de guia musical de Madonna, nas suas várias estadias em Portugal – onde a celebridade viria a comprar uma casa. A artista estava a descobrir novas sonoridades e uma cultura e acabou por incorporar alguns elementos no disco que estava a preparar na altura, Madame X Deluxe. Foi assim que, em 2019, Éllàh, passou do microfone para o batuco e integrou o coletivo Orquestra Batukadeiras de Portugal que acompanhou Madonna por diferentes países para apresentar a música número cinco do álbum, “Batuka”.

Apesar das “experiências incríveis” que teve a oportunidade de viver durante um ano de trabalho a partilhar palco, viagens e hotéis com uma das artistas mais populares do século XX, a música de Éllàh não tem qualquer influência desse período, além da óbvia exposição que acabou por receber. “[A influência] foi mais na exposição, sem dúvida, mas é claro que também houve um desenvolver de bagagem. Posso dizer que alargou-se o meu horizonte quando trabalhei com ela”, explicou-nos.

Depois de várias participações de sucesso com artistas como Rapaz 100 Juiz, Ga daLomba, Boddhi Satva, FredKed Sam Briu, DKVPZ e Jenson, Éllàh lançou o seu primeiro single oficial, “Sina”. O seu estilo ainda está numa fase de autodescoberta, mas a artista considera-se eclética e, além da música cabo-verdiana, acaba por “beber” de diferentes sonoridades internacionais. “Na escrita, primo sempre por falar em coisas muito pessoais” e na sonoridade “quero descobrir-me e fazer vários experimentos mas sempre com aquele toque tradicional cabo-verdiano“, explicou-nos. Apesar de estar a viver em Portugal nos últimos anos, longe da família, Cabo-Verde é o local onde a sua criatividade atinge o pico. “Não consigo comparar nenhum sítio em que eu seja mais criativa que Cabo-Verde. Estando perto da família dou, sem dúvida, mais criativa”.

As suas músicas têm a sua mão do início ao fim e, “Sina” é um bom exemplo disso: “compus com o Toty, embora já tivesse iniciado esse som, já tinha escrito quase tudo com outra malta e depois [a nível de sonoridade] pedi ao Toty que ‘traduzisse’ algo que eu queria”. No single, ouvimos claramente a presença do batuque e do rnb.

Na conversa, via zoom, conduzida por Eddie Pipocas, Éllàh falou ainda sobre como olha para a mistura sonora que acabou por dar azo ao que atualmente chamamos de música afrofuturista. Estamos a viver numa era “eletrónica, muito modernismo, muito beat” e que estamos a presenciar um “reviver” das músicas africanas.

Questionada sobre se aceitaria um novo convite de Madonna, com um penoso “não”, a artista explica que, apesar de ter rodado o mundo, é o momento de apostar na sua própria carreira.

A cantora acrescenta que pretende internacionalizar-se, tendo já cogitado mudar-se para Los Angeles, nos EUA, dado à magnitude e ao mais fácil acesso à indústria música. Contudo, é em Lisboa que decidiu assentar, pois “é um centro de encontros de cultura fenomenal e talvez por isso vários artistas escolheram-na para viver”.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

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