A castanha de caju, o novo "ouro" da Guiné bissau

February 6, 2025
A castanha de caju, o novo "ouro" da Guiné bissau

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A cerimónia de encerramento da campanha guineense de comercialização e exportação da castanha de Caju, colheita de 2024, aconteceu nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, presidida pelo primeiro-ministro Rui Duarte de Barros. O governante quer que a cadeia de valor da castanha de Caju seja cada vez mais inclusiva e competitiva. “Este é um dia de colaboração, de celebração e reflexão pelo conhecimento no trabalho árduo, pela dedicação de todos os envolvidos nesta cadeia produtiva, vital para nossa economia”, referiu.


A castanha de caju é o maior produto de exportação da Guiné-Bissau, considerado estratégico para a economia nacional. Representa cerca de 90% das exportações nacionais e é uma fonte essencial de rendimento para milhares de famílias.


Rende anualmente vários milhões de dólares ao país, em resultado da sua exportação para países como o Vietname ou a Índia.


O chefe do executivo guineense afirma que a castanha de caju não é apenas um produto agrícola, é uma fonte de sustento para milhares de famílias e é pilar da economia da Guiné-Bissau. “Esta campanha, que hoje chega ao seu término, representa muito mais do que números e volumes comercializados, ela reflete a resiliência, espírito da cooperação e a determinação do nosso povo em superar desafios e construir um futuro mais próspero. Ao longo desta campanha, enfrentamos dificuldades com as variações climáticas, desafios logísticos e as flutuações do mercado internacional. No entanto, graças ao esforço conjunto dos produtores, das associações do governo, dos parceiros comerciais e das organizações de apoio, conseguimos alcançar resultados significativos.”


Por sua vez, Mamadu Saliu Bá, secretário-geral da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), em representação do presidente interino da CCIA, disse que “um dos desafios mais críticos foi a fraca participação do setor bancário nacional no financiamento dos operadores.” A principal justificativa dos bancos tem sido a dificuldade de obtenção de garantias, a morosidade do sistema de justiça na resolução de litígios comerciais e a volatilidade dos preços fixados pelo governo. Essa instabilidade dificulta a previsibilidade dos negócios e impede que os comerciantes e exportadores tenham acesso a capital suficiente para operar com maior eficiência e segurança.


Por outro lado, Mamadu Saliu Bá aponta a situação do porto comercial de Bissau e das estradas no interior do país que continua a ser um entrave ao escoamento dos produtos. No entanto, reconheceu as melhorias observadas nos últimos tempos, resultado da modernização das infraestruturas estratégicas do país.


Segundo dados do Ministério do Comércio e Indústria, o país exportou cerca de 163 mil toneladas, com o preço base de 375 a 750 francos da África Ocidental, correspondendo a 0,57 a 1,14 euro. De salientar que, a cerimónia contou com a presença dos membros do governo, entidades diplomáticas, da governadora da BECEAO no país, da associação dos produtores e das entidades na fileira de caju.

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