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A jornalista Aline Aguiar conquistou espaço na televisão brasileira com sua presença marcante e compromisso com a comunicação de qualidade. Com uma trajetória inspiradora, ela compartilhou detalhes sobre sua infância, desafios na carreira e a responsabilidade de levar pautas sociais para o jornalismo.
Nascida e criada na capital do estado de Minas Gerais, no Brasil, Aline cresceu brincando nas ruas com os vizinhos e se divertindo em um ambiente que estimulava a criatividade. Os finais de semana e férias eram sempre reunidos com a família, irmãos e primos para novas experiências de uma infância interiorana, onde brincava solta no mato e cozinhava em um fogão à lenha improvisado. Desde pequena, estudando em escolas públicas, demonstrava talento para a comunicação, transformando trabalhos escolares em peças teatrais e reproduzindo programas de TV em casa.
Foi ainda na infância que Aline descobriu que queria ser jornalista. "Pegava o desodorante da minha mãe e brincava de apresentar jornal", relembra. A ideia de "mudar o mundo" e "melhorá-lo" através do jornalismo foi um pensamento que sempre a acompanhou.
“Naquele dia entendi que algumas pessoas percorrem uma linha reta para chegar ao objetivo, enquanto outras precisam vencer obstáculos e dar voltas”
Aline Aguiar
A primeira referência profissional veio de dentro de casa: seu pai, locutor esportivo, despertou nela o amor pelo jornalismo. "Ficava ouvindo admirada em casa e depois passei a acompanhá-lo nos estádios", diz. No entanto, a caminhada até se tornar uma das principais jornalistas do país não foi fácil.
Ao relembrar um episódio de sua carreira, Aline conta sobre um teste para ser apresentadora assistente de um programa de futebol. "Cresci no principal estádio do estado onde moro, gostava muito de futebol e acreditava que tinha chances. No dia seguinte, uma Miss Minas Gerais, loira, dos cabelos longos e lisos, foi fazer o teste. Ela não acompanhava futebol, mas foi a escolhida. Naquele dia entendi que algumas pessoas percorrem uma linha reta para chegar ao objetivo, enquanto outras precisam vencer obstáculos e dar voltas."
Sua trajetória profissional foi marcada por dedicação e superação. "Cobrir tragédias é sempre doloroso", reflete, mencionando a cobertura dos rompimentos das barragens de mineradoras em Minas Gerais que ficaram conhecidas como as maiores tragédias ambientais e humanitárias do país. Entre suas maiores conquistas, destaca o fato de ser plantonista do Jornal Nacional (JN), o principal telejornal do Brasil. Aline tornou-se a segunda mulher negra a ocupar a bancada do JN, marco significativo para a representatividade negra na mídia brasileira. Foi então que Aline apresentou o Jornal Nacional utilizando tranças nagô, tornando-se a primeira mulher negra a usar esse penteado tradicional africano na bancada do telejornal. Esse gesto foi amplamente elogiado por seu simbolismo e pela afirmação da identidade cultural negra.
Aline Aguiar é uma inspiração para muitos, especialmente para mulheres negras que buscam seu espaço no jornalismo e em outras áreas profissionais. Sua presença na televisão brasileira contribui para a promoção da diversidade e para a valorização da cultura negra, reforçando a importância da representatividade nos meios de comunicação.
Quando questionada sobre seus objetivos futuros, Aline revela que sonha em ser correspondente internacional. "Quem sabe?", diz, deixando no ar a possibilidade de novos desafios.
Aline exibe com frequência e orgulho as origens, seja por meio das suas tranças, turbantes e do samba. Ela também faz questão de levantar discussões sociais e raciais, tanto na TV quanto fora dela. "Acredito que só a minha imagem na televisão já é uma mensagem poderosa. Diz sobre as possibilidades de ocupar lugares."
Dentro das redações, Aline busca sugerir pautas e contribuir para um jornalismo mais inclusivo. "Sempre me posiciono quando percebo que precisamos melhorar nossas abordagens. É importante colocar meu olhar e minhas experiências nas reflexões."
“O meu recado é para que nunca desistam. Acreditem! Recebi três 'nãos' para oportunidades na apresentação de TV, mas nunca duvidei da minha competência. Eu sabia que era capaz, apenas precisava de uma oportunidade e de tempo para desenvolver meu talento", encerrou.
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