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A música tem o poder único de cruzar oceanos, unir culturas e tocar no nosso âmago de forma profunda e transformadora. Lenna Bahule, cantora, compositora, performer, educadora artística e ativista cultural moçambicana, personifica esse poder.
A sua obra destaca-se pela fusão de sons tradicionais indígenas com influências contemporâneas de Moçambique e outras culturas africanas. Com um estilo musical singular, Lenna utiliza o seu corpo e voz para produzir som, canta em diversas línguas africanas e até línguas imaginárias, criando experiências imersivas que conectam corpo, mente e alma e que convidam o ouvinte a explorar a essência da humanidade.
Filha de um DJ e colecionador de música, Lenna sempre esteve envolvida com a música, mas foi no Brasil que encontrou um terreno fértil para explorar e expandir a sua expressão artística. Lá, teve a oportunidade de colaborar com músicos de renome mundial, absorvendo influências e técnicas que enriqueceram o seu repertório, como Virginia Rodrigues, Luedji Luna, Kastrup e Benjamim Taubkin.
📸 Imagens cortesia da artista
Como performer, Lenna viaja o mundo para participar de festivais de música e residências artísticas, a solo e em colaborações. Além dos artistas brasileiros já mencionados, Lenna Bahule já trabalhou com nomes bem conhecidos do universo lusófono como Cheny Wa Gune (Moçambique), Selma Uamusse (PT/MZ), Mario Laginha (Portugal), Mû Mbana (Guiné Bissau), Varijashree Venugopal (India), Marco Zanotti (Italia), Paulo Flores (Angola), entre muitos outros.
Através da sua voz, Lenna tece histórias que refletem a sua jornada pessoal e as conexões culturais que formou ao longo dos anos. "Cada colaboração foi uma lição em música e vida", disse Lenna durante a nossa entrevista, conduzida por Vanessa Sanches. "Aprendi que a música não é apenas uma forma de expressão, mas um diálogo entre culturas."
Em junho de 2024, Lenna lançou "Kwisa", o primeiro EP de uma trilogia que culminará no seu próximo álbum "Kumlango". Este trabalho marca uma nova fase da sua carreira, onde explora ainda mais as possibilidades sonoras da sua voz e instrumentação. "Kwisa" significa "vir" em Changana, uma língua falada no sul de Moçambique, simbolizando a chegada de novas músicas, como também o convite para o ouvinte entrar no seu mundo sonoramente poético. Essa sua poesia levou-a ao prémio Seed Awards 2024, promovido pela fundação holandesa Prince Claus Fund e que visa reconhecer e apoiar artistas e profissionais culturais de todo o mundo, com um foco particular naqueles que promovem mudanças sociais através do seu trabalho criativo.
“A minha música é o meu ativismo”
Lenna Bahule
Produzido pela Da Lata Music de Londres, "Kwisa" é uma fusão de ritmos tradicionais moçambicanos com influências contemporâneas globais. O EP reflete a habilidade de Lenna de balancear respeito pelas tradições com um olhar inovador para o futuro da música afro. "Quero que minha música seja uma ponte, uma celebração de onde venho e para onde todos podemos ir juntos", explica ela.
Além da música, Lenna é uma força ativa no campo do ativismo cultural e da educação artística. O seu trabalho visa entreter, mas também educar e inspirar. Através de workshops e palestras, a artista e arte-educadora partilha a sua visão sobre como a arte pode ser uma ferramenta para a transformação social e pessoal. "A minha música é o meu ativismo", afirma. "É a maneira que encontrei de falar sobre questões importantes e celebrar a diversidade".
Na conversa, disponível nas principais plataformas de streaming de áudio, podes mergulhar na essência viva desta artista singular, cuja missão transcende o comum, mas que, paradoxalmente, também o abraça.
Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.
Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para redacao@bantumen.com.
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